Prefeitos pedem participação na construção de novo quadro fiscal
A partir deste segundoquinta-feira (27), municipalistas de diversas regiões do país começam a chegar à capital da República para o dia 24 de março a Brasília em Defesa dos Municípios. Com expectativa de receber 10 mil participantes entre prefeitos, secretários municipais, vereadores, senadores, governadores, parlamentares estaduais e federais e ministros, até quartoNa quinta-feira (29) estarão em discussão as reivindicações das cidades para os Três Poderes.
A abertura oficial será esta terTerça (28) e terLá, segundo o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, estiveram presentes o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, além dos ministros e dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
À tarde, uma mesa deve reunir a equipe econômica do governo Lula – os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) -, além do secretário extraordinário de reforma tributária, Bernard Appy, e o relator do grupo que discute o tema na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Todos tratarão da reforma tributária.
pacto federativo
Nesta edição, considerada a maior de todas pela CNM, o tema central dos debates é o pacto federativo. Os prefeitos reclamam que ainda não foram convidados para debater o novo quadro fiscal com o governo Lula e, segundo o presidente da CNM, a reforma tributária só avançará se tiver o apoio dos prefeitos. “A reforma tributária só vai acontecer se os prefeitos apoiarem. Os deputados federais ouvem suas bases”, avaliou Ziulkoski.
Uma das principais defesas da CNM é uma mudança na legislação para que o imposto permaneça no município onde ocorre o consumo. Atualmente, o dinheiro vai para o município onde fica a sede da empresa.
“Aqui está o fato gerador, aqui afeta, gerou o tributo, aqui pagou e aqui ficou o recurso. Não é apropriado do jeito que está. Seriam quase R$ 17 bilhões por ano que nós (prefeitos) estamos deixando de arrecadar”, argumentou.
Atualmente, duas Propostas de Emenda à Constituição (PEC) de reforma tributária que tramitam no Congresso são defendidas pelo Ministério da Fazenda. Eles sugerem a unificação de vários tributos e não reduzirão a arrecadação dos municípios, segundo o governo federal. O presidente da CNM afirmou que a PEC 110 tem boa parte das demandas dos municípios, mas carece de mais detalhes.
“Na PEC 110 estão praticamente 80% das nossas demandas. Se o relator, ele já disse, aceitar (o texto) da 110, que ele promete aceitar, podemos apoiar a reforma tributária. Mas, primeiro, temos que ver. Eu não estou aqui antecipando o apoio. Mas os municípios precisam disso lá, a sociedade, principalmente, precisa”, apontou.
Outra preocupação destacada pelo líder da CNM foi o impacto das medidas – tomadas pelo Executivo e Legislativo – nos cofres dos municípios. Nesse sentido, destacou que não há mais espaço para novos impactos e que o cumprimento das medidas atuais dependerá de solução encontrada junto ao governo federal.
Um dos exemplos dados pelo dirigente é o nível nacional de enfermagem. Sob pena de não ser pago por falta de orçamento, se efetivado, os prefeitos defendem que ele seja acompanhado de aumento do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).