Reforma tributária terá regra de transição de 20 anos
A reforma tributária terá regra de transição “suave” de 20 anos, afirmou, nesta terça-feira (28), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em discurso na Marcha em Defesa dos Municípios, ele afirmou que esse prazo evitará que os municípios percam recursos.
Haddad defendeu a urgência de aprovar a reforma tributária, citando o alto volume de ações envolvendo disputas fiscais no país. “(Existe uma) luta para pagar ou não pagar imposto. Às vezes, as pessoas nem sabem o que devem fazer”, declarou o ministro durante o evento, organizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM).
O ministro pediu às autarquias “um pequeno distanciamento”. Segundo ele, é preciso que o sindicato aprove a reforma tributária para mudar o sistema e incentivar o crescimento econômico. “Aqui não é uma guerra federativa, entre estados, municípios e a União. Estamos ouvindo dos 27 governadores que essa reforma tributária é justa, porque coloca o cidadão acima de tudo. Ele tem que estar no topo das prioridades”, declarou.
Haddad considerou a reforma tributária entre “as três ou cinco medidas” mais importantes para o país. Além da mudança no sistema tributário, ele citou a reforma do sistema de crédito e o novo quadro fiscal, como as principais medidas do governo na área econômica.
tebet
Também presente ao evento, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que os prefeitos não devem temer a unificação do Imposto sobre Serviços (ISS), hoje administrado pelos municípios, com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Ela repetiu o argumento de Haddad de que a reforma tributária não vai tirar recursos dos municípios e pode resultar em mais arrecadação, por conta do crescimento da economia.
“Esta reforma tributária é a única bala de prata que temos. Embora a reforma mantenha a arrecadação igualitária nos primeiros 20 anos, ela desonera o setor, torna o setor competitivo”, declarou. O ministro reiterou que o governo pretende criar um fundo constitucional para compensar eventuais perdas de recursos durante o período de transição.
Relator
O relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que há empenho dos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, em relação ao tema. Segundo ele, ambos estão dispostos a colocar a questão em votação ainda este ano. Ribeiro também garantiu que as discussões levam em conta os municípios.
“Temos o desafio de não olhar cada um por si, mas de olhar o todo. E com essa obrigação, temos que entender que a vida se faz no município. O prefeito é um pouco delegado, médico, psicólogo, de tudo um pouco. Precisamos ter um país mais forte do ponto de vista de seu crescimento econômico. Estamos falando de promover riqueza, gerar empregos e renda. Isso fará com que nossa economia cresça e consolide o Estado brasileiro como um país forte”, afirmou.