Recursos de petroleiros podem ser usados para renovar frota de carros
Proprietários de carros muito antigos podem receber incentivo para trocar de veículo, disse nesta segunda-feira (3) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. No início da noite, ele discutiu a expansão do Programa Renovar com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
“Vim discutir com o vice-presidente a possibilidade de estabelecer um programa que utilize o fundo das petrolíferas e dedicar esse fundo à transição ecológica através da renovação da frota de carros muito antigos, que precisam ser retirados de circulação , por meio de compensações para que a frota seja renovada com respeito ao meio ambiente”, disse Haddad.
Segundo Haddad, técnicos do Ministério da Fazenda vão estudar a proposta. O ministro destacou que o dinheiro é à parte e não envolverá novas despesas. “Vamos montar uma pequena equipe para estudar (a proposta) e vamos dar um feedback para ele (o vice-presidente e ministro Alckmin). O processo é rápido. É um recurso que já está segregado para isso”, completou.
Em dezembro, o governo anterior regulamentou o programa Renovar, por decreto. O programa original previa a substituição de caminhões, implementos rodoviários, ônibus, microônibus, vans e vans com mais de 30 anos, por meio de um fundo constituído com recursos das empresas de combustíveis. Agora, o atual governo pretende estender o programa para carros muito antigos.
banco central
Haddad fez a declaração cerca de uma hora após se encontrar com o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Ao deixar o Ministério da Fazenda, o ministro disse que o encontro foi uma reunião de rotina e que os dois abordaram diversos assuntos, sem especificar se discutiram o novo quadro fiscal e sobre as taxas de juros.
“Foi uma reunião rotineira em que conversamos sobre vários temas, alinhamos informações, trocamos informações, estabelecemos alguns protocolos. Foi (uma conversa) muito boa. Não existe uma agenda específica, conversamos sobre tudo”, declarou.
Haddad e Campos Neto trocaram farpas nas últimas semanas, após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a taxa Selic (taxa básica de juros) em 13,75% ao ano. Logo após o comunicado do Copom indicar que poderia elevar os juros nos próximos meses se a inflação não cair, Haddad classificou o texto como “muito preocupante”.
Na semana passada, quando o Copom divulgou a ata da reunião, Haddad disse que o documento vinha “com termos mais adequados”. O ministro pediu colaboração do BC com a equipe econômica para coordenar as políticas fiscal (que cuida da receita e dos gastos públicos) e monetária (juros para conter a inflação). Segundo ele, a união é necessária para que o país cresça com baixa inflação e geração de empregos.