Poupança tem saque líquido de R$ 6,09 bilhões em março

Poupança tem saque líquido de R$ 6,09 bilhões em março
Poupança tem saque líquido de R$ 6,09 bilhões em março

Após saques recordes em janeiro e fevereiro, a fuga de recursos das aplicações financeiras mais tradicionais dos brasileiros desacelerou. Em março, os brasileiros sacaram R$ 6,09 bilhões a mais do que depositaram na poupança, informou o Banco Central (BC) nesta quinta-feira (6).
O saque líquido – saques menos depósitos – caiu 60,36% em relação a março do ano passado, quando correntistas sacaram R$ 15,36 bilhões a mais do que depositaram.

Com o desempenho de março, a poupança acumulou uma retirada líquida de R$ 51,23 bilhões no acumulado do ano. Apesar da desaceleração no mês passado, o aplicativo registrou a maior retirada acumulada no período desde 1995, impulsionado pela significativa saída de recursos no início do ano. No primeiro trimestre do ano passado, os saques superaram os depósitos em R$ 40,37 bilhões.

Em 2022, a caderneta registrou saída líquida – mais saques do que depósitos – recorde de R$ 103,24 bilhões, em cenário de alta inflação e endividamento. Rendimento mais uma vez obtido com a inflação devido ao aumento da taxa Selic (taxa básica de juros da economia), mas outras aplicações de renda fixa são mais atraentes do que a poupança.

Em 2020, a poupança havia registrado arrecadação líquida recorde (depósitos menos saques) de R$ 166,31 bilhões. A instabilidade no mercado de títulos públicos no início da pandemia de covid-19 e o pagamento do auxílio emergencial, que era depositado em cadernetas de poupança digital da Caixa Econômica Federal, contribuíram para o resultado.

Em 2021, a poupança teve um saque líquido de R$ 35,5 bilhões. A candidatura foi pressionada pelo fim do auxílio emergencial, baixa renda e maior endividamento dos brasileiros.

Desempenho

Até pouco tempo atrás, a poupança rendia 70% da taxa Selic. Desde dezembro do ano passado, a aplicação passou a render o equivalente à Taxa Referencial (TR) mais 6,17% ao ano, porque a Selic voltou a ficar acima de 8,5% ao ano. Atualmente, os juros básicos estão em 13,75% ao ano, o que tem feito com que as aplicações financeiras deixem de ser perde para a inflação pela primeira vez desde meados de 2020.

Nos 12 meses encerrados em março, a aplicação rendeu 7,7%, segundo o Banco Central. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor-15 (IPCA-15), que funciona como uma prévia do inflação oficial, atingiu 5,36%.

O IPCA completo de março será divulgado na próxima terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foto de © Marcello Casal JrAgência Brasil
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