Farm nega criação de imposto para pequenas compras online

Farm nega criação de imposto para pequenas compras online
Farm nega criação de imposto para pequenas compras online

Pela segunda vez em menos de 24 horas, o Ministério da Fazenda desmentiu notícias sobre suposto fim da isenção de US$ 50 para compras no exterior pela internet. Em nota divulgada no final da tarde desta quarta-feira (12), em Brasília, a pasta informou que a medida não está em estudo e que pretende apenas aumentar a fiscalização das lojas on-line que rompem compras e agem de forma irregular.
O ministério informou que a isenção para envio de pedidos de até US$ 50 entre pessoas físicas, sem fins comerciais, continuará valendo. A Receita Federal, destacou o ministério, pretende combater empresas que usam brechas na fiscalização para enviar compras como se fossem pessoas físicas e fugir da tributação.

“Esse benefício (a isenção em pedidos de até US$ 50) se aplica apenas ao envio de pessoa para pessoa. Se, com base nisso, as empresas estão parcelando compras, e se fazendo passar por pessoas físicas, estão agindo ilegalmente”, destacou a nota.

Ainda de acordo com o governo, não haverá alteração para quem hoje compra e vende legalmente pela internet, que paga Imposto de Importação de 60%. A medida provisória a ser editada em breve, informa o texto, vai prever a prestação de declarações pelas empresas quando a mercadoria ainda não tiver chegado ao país.

“O que o Ministério da Fazenda pretende fazer é fortalecer a fiscalização. A partir da medida provisória, o exportador terá que apresentar declaração prévia com dados do exportador e de quem o compra, além do produto”, esclareceu o comunicado.

De acordo com a nota oficial, as mudanças beneficiarão o consumidor que receberá as compras on-line mais rápido, com mais segurança e qualidade. “Os produtos terão o processo de liberação agilizado com base nas informações prestadas pelo vendedor legal, enquanto ainda estiverem em trânsito para o país”, informou o ministério.

Segundo o governo, as empresas brasileiras também serão beneficiadas (com a decisão) pois será estimulado o combate à sonegação e ao contrabando. “As empresas brasileiras também são beneficiadas, principalmente as de pequeno porte, que mais empregam e pagam corretamente seus impostos”, concluiu.

Confusão

Na noite desta terça-feira (11), a Receita Federal havia divulgado mais uma usar em que negou a intenção de acabar com a isenção do Imposto de Importação para encomendas de baixo valor entre pessoas físicas. O texto, porém, causou confusão porque falava em eliminar “a distinção de tratamento nas remessas de pessoas jurídicas e físicas” nas operações abaixo de US$ 50.

“Nunca houve uma isenção de $ 50 para compras on-line de fora. Portanto, não faz sentido dizer que se pretende acabar com o que não existe. Nada muda para o comprador e o vendedor on-line que atue na legalidade”, rebateu a nova nota oficial.

isenções

Atualmente, o Imposto de Importação não é cobrado em duas situações. A primeira é a isenção prevista em lei para livros, revistas (e outros periódicos) e medicamentos. No caso dos medicamentos, estão isentas as compras por pessoa física de até US$ 10 mil, sendo o produto liberado apenas se atender às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Pedidos de até US$ 50 também não pagam imposto. No entanto, o benefício só é concedido se a remessa ocorrer entre duas pessoas físicas, sem fins comerciais.

Foto de © Marcelo Camargo/Agência Brasil
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