Valor médio da cesta básica cai em 7 das 8 capitais pesquisadas em março
As capitais que apresentaram a maior queda no valor foram Fortaleza (-4%) e Belo Horizonte (-2%). O único aumento registrado no mês foi no Rio de Janeiro, onde o valor subiu 1,6%.
A cesta mais cara também ficou no Rio de Janeiro, com valor médio de R$ 889,69, seguida por São Paulo (R$ 854,61) e Brasília (R$ 744,29). Já novamente, Belo Horizonte (R$ 612,72) e Manaus (R$ 683,28) registraram os valores mais baixos.
Em resposta ao economista César Bergo, o valor da cesta básica em Belo Horizonte está 30% mais barato na comparação com o valor no Rio de Janeiro. Para ele, isso demonstra que a demanda no Rio de Janeiro está aquecida. “Rio de Janeiro e São Paulo têm preços excessivos, efetivamente acima do comum nacional. A tendência é que ele se acalme”, ressalta.
De acordo com a pesquisa, dos 18 produtos da cesta básica, apenas os ovos confirmaram o alto valor em todas as capitais. O aumento do preço de produção e alimentação das aves resultou em menor oferta de ovos, além do aumento da demanda com a Quaresma.
Para Bergo, a queda no preço da cesta básica também pode afetar o comércio, já que o consumidor deve escolher o produto que deseja comprar. “No caso, por exemplo, dos ovos que subiram tanto nos meses atuais, isso impacta o valor. Então o comprador deve ouvir e buscar essas mercadorias que podem ter um valor maior”, explica.
Ele informa ainda que os custos seguem a perspectiva de inflação, que caiu em março. “A tendência para os próximos meses é que a cesta básica observe esse movimento de queda e fique mais barata, principalmente nessas cidades onde há um preço muito alto para a cesta básica”, diz.
O óleo de soja foi a categoria que apresentou provavelmente o maior desconto em quase todas as capitais. Frutas, café em pó e grãos, carne bovina, fubá e farinha de milho também registraram queda.
“Existem vários produtos que melhoraram consideravelmente o valor do comprador. Pode-se observar que o estresse decorrente da cadeia produtiva, entressafra, está sendo resolvido passo a passo”, aponta o economista.
Impactos para os habitantes
O presidente da Central Única das Favelas do Distrito Federal (Cufa-DF), Bruno Kesseler, explica que o estabelecimento começou a doar cestas básicas inicialmente da pandemia do coronavírus. Em resposta a ele, um pouco mais tarde, houve um grande aumento no valor da cesta, que impactou diretamente nas doações.
“Esta baixa faz uma grande diferença para nós, até porque doamos um grande número de cestas básicas. Todos sabemos que a pandemia, no entanto, deixou prejuízos para algumas famílias, que perderam fontes de receita e, consequentemente, de compra de energia. Portanto, teria um impacto direto nas finanças dessas famílias também”, diz Kesseler.
Com informações de Brasil 61