Tesouro Direto lançará título voltado para educação
Tesouro Direto, programa de venda de títulos públicos a pessoas físicas pela internet, pode ter título voltado à educação, anunciou nesta quinta-feira (27) o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron. Ele também anunciou que o governo estuda usar os papéis como garantia de aluguel e financiamento.
Segundo Ceron, o Tesouro está trabalhando em conjunto com a B3, a bolsa de valores brasileira, para lançar o instrumento. O primeiro conjunto de medidas relativas ao título educacional deve ser anunciado até julho. Para títulos de crédito e aluguel, ainda não há data definida.
Em relação ao título de educação, a ideia é que os pais de um aluno comprem títulos maiores de 18 anos, que funcionariam como uma poupança para pagar uma universidade particular para seus filhos, explicou o secretário. A função funcionaria nos moldes do Tesouro RendA+, lançado no início do ano para financiar aposentadorias.
“As famílias terão um título muito personalizado para isso. Então, maior de 18 anos, quando o filho nascer, você pode fazer, começar esse processo de investimento. A aposta é que o produto seja uma grande referência de poupança familiar para o ciclo universitário, o ciclo educacional”, destacou Ceron em entrevista coletiva para explicar o déficit de R$ 7,085 bilhões em março.
O prazo de 18 anos, explicou o secretário, pode ser ainda menor dependendo da idade do beneficiário. “Depois, ele (o investimento acumulado) vira renda fixa por quatro, cinco anos, visando pagar o ciclo universitário, para sustentar esse processo”, disse.
Aluguel
O secretário da Fazenda também informou que a agência estuda a utilização de títulos do Tesouro Direto como garantia de aluguéis e financiamentos de imóveis, como automóveis. As garantias são ativos que podem ser utilizados para cobrir eventual inadimplência, reduzindo os juros das linhas de crédito. “Você dá mais segurança para a instituição financeira. Com isso, você consegue juros menores no financiamento”, explica Ceron.
No caso das rendas, os títulos cobririam a caução equivalente a três meses de renda. “Muitas vezes, você tem que depositar três aluguéis com o locador ou ir atrás de um fiador. E, de repente, essa questão de depositar dinheiro ao senhorio pode ter uma série de problemas: ou não se corrige, ou pode haver um problema de devolução”, acrescentou.
Empresas
Sobre o título educacional, Ceron disse que o governo estuda criar instrumentos para que as empresas também contribuam com investimentos e ofereçam o título como benefício aos filhos dos funcionários. O sistema funcionaria nos moldes dos fundos de pensão fechados, oferecidos aos funcionários de uma empresa.
“O empregado deposita R$ 50 para o filho, a empresa mais R$ 50, como se fosse uma complementação de pensão da empresa. Pode fazê-lo para apoiar e garantir que o filho do trabalhador possa, quando completar 18 anos, ter acesso a recursos que possam suportar o ciclo universitário, pagar uma mensalidade numa universidade privada ou suportar os custos naquele ciclo em que não há condições de trabalhar em tempo integral muitas vezes”, disse.