Setor produtivo pede equilíbrio nos juros

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (27) que se o sistema econômico continuar desacelerando em decorrência do estágio das taxas de juros, o país poderá ter problemas fiscais e a arrecadação será prejudicada.

A afirmação do ministro surgiu ao longo de uma sessão no plenário do Senado em que foi mencionada a ligação entre juros, inflação e progresso. Também participaram da ocasião a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, além de representantes do setor produtivo.

Um dos muitos representantes do setor produtivo na ocasião, o presidente da Confederação Nacional do Comércio (CNI), Robson Braga de Andrade, disse que o comércio tem sido afetado pela baixa demanda, desemprego e fábricas ociosas. Ele criticou o estágio atual das taxas de juros.

“Como consultor da CNI nos últimos tempos, cada vez que tem assembleia do Copom, me organizo para ficar atento ao descontentamento que a alta foi extrema ou o desconto foi muito baixo, uma vez que vemos a Selic em 13,75%, atual Curiosidade de 8,1%, o comércio está obtendo crédito em 30% lá fora, no ano passado estávamos obtendo em 20% e agora está em 30%, não há um exercício de negócios que tenha capacidade para enfrentar tal estado dos negócios.”

Robson Braga de Andrade solicitou {que um} estágio de estabilidade seja encontrado para a taxa de juros, porque, na situação atual, o setor produtivo está sendo prejudicado. “Temos que medir essas taxas de juros para que sejam taxas de juros que, de fato, atendam aos pontos da meta de inflação, mas que também não prejudiquem o progresso e o crescimento econômico”.

A meta de inflação para este ano é de 3,25%, mas há um intervalo de tolerância de 1,5 pontos percentuais, com mínimo de 1,75% e máximo de 4,75%. A inflação medida pelo Índice de Valor Prolongado do Comprador (IPCA) nos últimos 12 meses foi de 4,65%, em linha com o IBGE. Posteriormente, sob o teto, mesmo quando o indicador apenas não coincide com a meta.

Responsável por definir a taxa primária de juros do sistema econômico, a Selic, o Banco Central tem sido alvo de críticas das autoridades de Lula. Com o objetivo de fazer a inflação convergir para a meta, o Bacen economizou a Selic em 13,75% desde agosto do ano passado. O governo exige uma queda nas taxas de juros com base em {que um} cobertura financeira inflexível reduz o acesso à pontuação de crédito e o progresso financeiro.

Haddad afirmou que diversos setores do sistema econômico foram “drásticamente afetados” pelo atual estágio das taxas de juros. Ele defendeu que a cobertura financeira (realizada pelo Bacen) e a cobertura fiscal (realizada pelo Governo) estejam alinhadas para que a nação possa se desenvolver de forma sustentável.

“Não vejo a cobertura fiscal, a cobertura financeira e a cobertura prudencial separadas uma da outra. Eles são uma parte da engrenagem idêntica. Se o sistema econômico continuar desacelerando por causas associadas à cobertura financeira, poderemos ter problemas fiscais e o resultado será impactado” .

Ao longo de seu discurso, Campos Neto admitiu que a taxa de juros atual brasileira (taxa Selic menos inflação) é excessiva, mas confundiu que está abaixo da média histórica e que “ninguém quer desacelerar a pontuação de crédito”, mas que isso faz parte o tratamento adotado pelo Bacen para administrar a inflação.

O presidente do Banco Central destacou ainda que o Comitê de Cobertura Financeira (Copom) – responsável pela fixação da taxa Selic – busca mensurar as mudanças não apenas com o objetivo de controlar a inflação, mas também tentando “amortecer” os impactos das taxas de juros juros sobre o progresso financeiro.

Campos Neto identificou que a inflação vem caindo. No entanto, ele disse que alguns custos básicos continuam excessivos e que reajustar a taxa Selic para baixo pode ter um impacto diferente do que é previsto tanto na disponibilidade de crédito quanto no progresso financeiro. “Tínhamos vários lugares no mundo onde as taxas de juros caíram sem credibilidade e, na verdade, o crédito não caiu. Trocar inflação por progresso resultou em muito menos progresso e isso também está documentado”.

Segundo o presidente do Bacen, o desconto da Selic, por si só, não é suficiente para que o sistema econômico volte a se desenvolver. Para ele, reformas estruturais, como a que oferece com o sistema tributário, são fundamentais para a queda dos juros. “Depois de olharmos para a história de nossa taxa de juros, cada vez que fazemos uma reforma estrutural, a taxa de juros pode cair. Quando foi introduzido o teto de gastos, a taxa de juros alongada caiu de 17% para 10%” .

Texto do quadro fiscal sofrerá alterações, aponta relator

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Com informações de Brasil 61

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