Brasil bate recorde na exportação de pescado
A avaliação mensal das exportações mostra variação ao longo do ano, com a melhor quantidade, em valores monetários e em toneladas, no mês de maio. Para o pesquisador da Embrapa Manoel Pedroza, alguns dos fatores que contribuíram para o aumento das exportações do setor foram a expansão da profissionalização e o aumento da escala da manufatura. Ele explica que algumas peculiaridades da tilápia contribuem para que seja a espécie mais comprada para estrangeiros.
“Primeiro é a questão do valor: por ser um produto comparativamente agressivo, principalmente da pesca marítima, a tilápia acaba tendo um custo menor. A dificuldade de fornecer: como é um peixe de criação, se houver fornecimento durante todo o ano. E a situação oposta é a versatilidade. É um peixe que não tem um estilo poderoso, simples de trabalhar na culinária”.
O pesquisador identificou alguns fatores que afetam negativamente o setor, como o excesso de custos de fabricação e o preço da ração, que devido à pandemia subiu mais de 70%, junto com o alto valor no mercado doméstico. Ele revela que apesar do primeiro trimestre de 2023 ter mostrado queda nas exportações, a expectativa é de alta ao longo deste ano. “Quaresma, Semana Santa, há uma demanda muito excessiva de pescado aqui mesmo no Brasil, então é normal que no primeiro trimestre as exportações não sejam tão excessivas. No entanto, há uma série de empresas que começaram a exportar filé de tilápia congelada, tilápia inteira congelada. Eles estão começando a exportar para localidades internacionais árabes, utilizando a Certificação Halal. Então, esse conjunto de coisas que eu considero vai resultar em um aumento das exportações em 2023”.
Entre os estados que mais exportaram produtos da piscicultura, o destaque foi o Paraná, responsável por 58% das exportações totais, com alta de 114% em relação ao ano anterior. Em segundo lugar aparece Mato Grosso do Sul, com 18% do total, seguido pela Bahia, com 11%. São Paulo merece destaque, com 127% de avanço na comparação com 2021.
Embora a piscicultura brasileira tenha um grande potencial, a análise revela que é um exercício com menos de uma década de existência e enfrenta uma série de obstáculos que lembram o excesso de burocracia nos processos de licenciamento ambiental e a necessidade de fabricação de espécies nativas.
Com informações de Brasil 61