Governo revisa previsão de crescimento do PIB para 1,9% em 2023
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda revisou para cima a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país), de 1,6% para 1,9% em 2023. estimativa para a inflação também aumentou. As previsões constam do Boletim Macrofiscal divulgado nesta terça-feira (23).
Segundo o Ministério da Fazenda, o aumento da projeção se deve ao aumento da expectativa de crescimento para este ano, o que se reflete na divulgação de indicadores econômicos com resultados melhores do que os projetado para o primeiro trimestre e para o início do segundo trimestre.
Para o setor agrícola, por exemplo, a projeção de crescimento para o ano foi revisada de 10,4% para 11%. A projeção de crescimento para a Indústria aumentou ligeiramente, de 0,4% para 0,5%, enquanto a projeção para Serviços aumentou de 0,9% para 1,3%, destaca o relatório.
O crescimento esperado para 2024 ficou em 2,3% e, para 2025, ficou em 2,8%.
Inflação
A inflação projetada com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 5,31% para 5,58%. A estimativa segue acima da meta de inflação para o ano, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o limite superior é de 4,75%.
“A revisão da projeção do IPCA foi motivada, sobretudo, pela alteração da alíquota do ICMS sobre a gasolina e pelos reajustes esperados para jogos de azar e seguro saúde, apenas parcialmente compensados pela anunciada redução do preço da gasolina, sem resposta à a queda do preço internacional do petróleo”, diz o boletim.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para fixar o salário mínimo e as aposentadorias corretas, deve encerrar este ano com variação de 5,34%, conforme previsão da SPE, ante 5,16% previstos no boletim anterior, divulgado em março. Na projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que inclui o setor atacadista, o custo da construção civil e o consumidor final, caiu de 3,85% para 2,06%.
Outros parâmetros
O relatório também atualizou as projeções para as contas públicas. A projeção do déficit primário (resultado negativo nas contas do governo sem juros da dívida pública) variou de R$ 99,01 bilhões a R$ 100,67 bilhões.
O valor incorpora o pacote de medidas fiscais anunciadas em janeiro. Na época, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que esperava queda do déficit para cerca de R$ 100 bilhões neste ano.
Quanto à Dívida Bruta do Governo Geral (GGDG), principal parâmetro utilizado para comparar o endividamento dos países, a projeção caiu ligeiramente de 77,6% para 77,09% do PIB.