Mercado de carbono contribui para metas do Brasil no acordo de Paris
A regulamentação do mercado de carbono foi tema de audiência pública no Senado Federal, que mencionou o projeto de lei 412/2022que regulamenta o Mercado Brasileiro de Desconto de Emissões (MBRE), e diversos assuntos que tramitam junto com a proposta.
O supervisor gerente de Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional do Comércio (CNI), Davi Bomtempo, destacou na assembléia a necessidade de regulamentar o mercado de carbono para estimular a negociação, a inovação e a competitividade das indústrias. Ele mencionou que a medida também pode ser essencial para diversos setores.
“Nos dias de hoje, o que se defende por via de um mercado regulado não é apenas um pedido do setor económico, vários setores financeiros diferentes têm vindo a beneficiar, até porque o setor dos transportes, dos combustíveis, é uma convergência de setores dentro do entendendo que o mercado regulado de dióxido de carbono é, certamente, essencial e vai estimular opções para que reduzam as emissões”, enfatiza.
A diretora de clima local do Conselho Empresarial Brasileiro para o Crescimento Sustentável (CEBDS), Viviane Romeiro, destacou que o instrumento de precificação do mercado de carbono exige constantes discussões técnicas e políticas e que será preciso aumentar a certeza autorizada, diminuindo a incerteza regulatória.
“A opinião do setor empresarial é que é uma agenda crucial de benefícios comparativos e agressivos no âmbito do pacote verde que o Ministério das Finanças está preparando, reconhecemos a importância, um dos eixos principais desse pacote é exatamente o mercado de carbono”.
O senador Confúcio Moura (MDB-RO) também defendeu que é necessário fornecer maior segurança legal para os setores envolvidos. “O Brasil é afetado pelo desmatamento e isso deixou o país descoberto nos últimos 6 anos e gostaríamos muito de parar o desmatamento e a única maneira de parar o desmatamento seria compensar os produtores por terem recursos para deixar a floresta em pé ,” ele explica.
Também estiveram presentes na audiência a senadora Leila Barros (PDT-DF), relatora do projeto de lei; Aline Ferreira, coordenadora do Grupo de Trabalho de Pontuação de Crédito de Carbono da ANBIMA; Cristina Reis, subsecretária de Finanças e Crescimento Sustentável do Ministério das Finanças; e Luciano Rodrigues, diretor de Economia e Inteligência Setorial da União do Comércio de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA).
Mercado de carbono no mundo
Em resposta ao supervisor-gerente de Ambiente e Sustentabilidade da CNI, o Brasil quer se antecipar a essa dificuldade, pois muitas nações e blocos financeiros já começaram a administrar seus mercados de carbono. E para que funcione, diz Bomtempo, é necessária uma governança robusta com a participação do setor não público.
“Isso é importante porque é o setor que será regulamentado, por isso é importante que ele esteja atualizado nas escolhas e avaliações estratégicas para que tenhamos um modelo mais ecológico, retenha as fontes monetárias utilizadas no sistema, trabalhar em um método mais favorável ao meio ambiente. compartilhado com o problema de compensações – compensação, ou seja, vendendo a inclusão de compensações com estímulo ao mercado de carbono”, destaca.
Davi Bomtempo identificou que o mercado de carbono está entre os fatores estratégicos para um sistema econômico de baixo carbono. Ele disse que a medida pode trazer vantagens não só para os governos, mas também para as empresas e para a população. Para isso, uma regulamentação ambientalmente correta pode ser suficiente, para que todos possam lucrar, prevê.
Com informações de Brasil 61