BNDES e Petrobras assinam acordo de pesquisa e transição energética

BNDES e Petrobras assinam acordo de pesquisa e transição energética
BNDES e Petrobras assinam acordo de pesquisa e transição energética

A Petrobras e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinaram nesta quinta-feira (22), no Rio de Janeiro, um acordo de cooperação técnica com foco em transição energética, pesquisa, desenvolvimento científico e reindustrialização.
Para cumprir estes objetivos, foi criada uma comissão mista, que se reunirá bimestralmente. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, disse que pretende aumentar o limite de investimentos na Petrobras e que, para isso, vem conversando com o governo federal.

“Hoje, temos pouco mais de 7% das ações da Petrobras, algo em torno de R$ 24 bilhões. Essa empresa é tão importante para o BNDES que, em um ano e três meses, praticamente recebemos o capital que investimos: R$ 20,5 bilhões em dividendos. Mas queremos financiar a transição energética da Petrobras mais do que receber dividendos. Temos uma portaria do Banco Central que estabelece limites. Estamos discutindo com o Ministério da Fazenda e a Casa Civil para mudar algumas regras e nos permitir estar mais presentes neste financiamento”, disse Mercadante.

grupos temáticos

O acordo envolverá quatro grupos de trabalho temáticos. A Subcomissão de Planejamento e Estudos incentivará a pesquisa científica e os estudos estratégicos. O Subcomitê de Desenvolvimento da Produção e Inovação fortalecerá a cadeia produtiva de petróleo e gás. O Subcomitê de Transição Energética e Descarbonização pretende fortalecer o biorrefino, biofertilizantes, biodiesel e biogás. E o Subcomitê de Governança priorizará as ações de governança, integridade e transparência no setor.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que a parceria com o BNDES será fundamental para enfrentar os desafios relacionados à transição energética.

“Imagina o desafio de ser produtor de algo que está fadado a desaparecer, mas que ainda tem que produzir, com investimentos muito grandes, inclusive para refino. Tudo isso no meio de um processo que você tem que olhar daqui a 30 ou 40 anos, e esses produtos não estarão mais lá. E meu papel é eliminar essa necessidade”, explicou Prates.

“Todos os nossos fornecedores também estão fazendo suas transições energéticas. Tudo de alguma forma tentando depender menos do abastecimento da indústria de óleo e gás. E daqui a 15 anos certamente teremos dificuldades em fazer um edital e ter fornecedores clássicos”, acrescentou.

Gás

Prates também comentou os recentes pronunciamentos do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que criticou a estratégia da estatal de reinjetar mais de 40% do gás produzido. Segundo o ministro, esse processo acontece por dificuldades de escoamento e a Petrobras deveria investir mais para solucionar o problema, para não prejudicar o crescimento do país. Prates destacou que a estatal adota o melhor método dentro das possibilidades operacionais disponíveis.

“Não é uma questão de a Petrobras querer ou não produzir gás. Seja qual for o gás que ela tenha, ela quer rentabilizar”, sublinhou.

“Precisamos trabalhar juntos, convergir e escolher prioridades. Porque se não há gás para todos os segmentos – e há segmentos que podem ter combustíveis substitutos, inclusive de transição energética, como hidrogênio, solar, eólica e hídrica – vamos trabalhar nesse conjunto, ao invés de criar polêmica onde não existe . Vamos trabalhar em conjunto com o Ministério de Minas e Energia”, concluiu.

Foto de © Tânia Rêgo/Agência Brasil
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