Ministério projeta superávit comercial recorde de US$ 84,7 bilhões
O leve aumento nas exportações e importações de produtos cujos preços esfriaram nos últimos meses fez o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) projetar um superávit comercial recorde (exportações menos importações) em 2023. A segunda estimativa para o ano prevê um superávit de US$ 84,7 bilhões.
A projeção é atualizada a cada três meses. Se confirmado, o superávit será 37,7% superior ao saldo positivo de US$ 61,525 bilhões registrado em 2022, o melhor resultado da história até então.
A balança comercial deve crescer porque as importações vão cair mais que as exportações em relação aos resultados de 2022. O governo projeta exportações de US$ 330 bilhões neste ano, queda de 1,2% em relação aos US$ 334,1 bilhões exportados pelo país neste ano passado. Por outro lado, as importações devem chegar a US$ 245,2 bilhões, uma queda de 10% em relação aos US$ 272,6 bilhões comprados do exterior em 2022.
Na comparação com a projeção anterior, divulgada em abril, tanto as exportações quanto as importações subiram ligeiramente. “Em relação à primeira previsão, houve um aumento de cerca de US$ 5 bilhões nas importações e também nas exportações. As expectativas estão alinhadas”, declarou o subsecretário de Inteligência e Estatística de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão.
Fatores
Segundo o MDIC, dois fatores estão por trás do saldo recorde em 2023. De um lado, os preços das commodities energéticas, como o petróleo, e de itens como fertilizantes, seguem em trajetória de queda após atingirem o pico no início do guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Por outro lado, a desaceleração da economia deve provocar queda nas importações, devido à retração do consumo.
A guerra entre a Rússia e a Ucrânia impactou as importações nos últimos meses. Os preços internacionais dos fertilizantes caíram 55,2% em junho, na comparação com o mesmo mês do ano passado. O preço médio dos combustíveis importados caiu 40,4% na mesma comparação. O preço médio do trigo, outro produto que o Brasil importa em grande quantidade, caiu 18,6%.
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