Novo orçamento do PAC está fechado, diz Simone Tebet
Com lançamento previsto para agosto, a nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) já tem orçamento fechado, disse nesta noite a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. Segundo ela, o Minha Casa, Minha Vida será um dos carros-chefe do programa.
O ministro não detalhou valores. Ela disse apenas que o orçamento das obras da faixa 1 do programa habitacional, que atende famílias com renda de até dois salários mínimos, terá um “orçamento considerável”.
Segundo diversas construtoras, o orçamento atual, de R$ 9,6 bilhões, é insuficiente para atender a demanda do Minha Casa, Minha Vida até o final do ano. Tebet, no entanto, garantiu que o assunto foi levado em consideração nas reuniões para a elaboração do novo PAC.
Alegando que o anúncio do valor cabe à Casa Civil e ao Ministério das Cidades, o ministro não revelou valores, nem para o Minha Casa, Minha Vida, nem para o PAC. “Não posso dizer se vai aumentar ou se vai ficar estável. Só posso dizer que (o orçamento) não vai cair”, declarou. Em entrevistas recentes, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que o novo PAC terá uma dotação de cerca de R$ 60 bilhões.
Prioridades
Tebet fez a afirmação após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com a presidente da Caixa Econômica Federal, Luciana Servo, na sede do Ministério da Fazenda. Segundo ela, o encontro serviu para fazer um balanço dos primeiros seis meses de governo e avaliar as perspectivas para o segundo semestre.
Para os próximos meses, destacou o ministro, as prioridades serão a apresentação do novo Plano Plurianual e do Orçamento de 2024, prevista para 31 de agosto, e a votação de projetos de interesse do governo no Congresso: como o novo marco fiscal, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 e a reforma tributária.
Estrutura fiscal
Sobre a demora na votação das novas regras tributárias, adiado para agosto, Tebet disse que o cronograma apertado não será um problema. Isso porque o Ministério do Planejamento está levando em conta a versão aprovada pelo Senado para elaborar o Orçamento do ano que vem.
Por causa das emendas do Senado, o quadro voltou à Câmara para nova votação. Assim como o projeto da LDO, o projeto de Orçamento 2024 está sendo elaborado com determinadas despesas, que constarão do texto, mas serão tratadas como fictícias até a aprovação do novo arcabouço fiscal.
Limites
Segundo Tebet, o governo já começou a dar os primeiros passos para a elaboração do Orçamento. Nesta sexta-feira (21), os ministérios serão informados sobre o valor disponível para cada pasta em 2024. O ministro, porém, alertou que haverá limites.
Parte do espaço fiscal do novo arcabouço será consumido por gastos que precisam ser corrigidos pelo crescimento da arrecadação, como os mínimos constitucionais para gastos com saúde e educação. “Ao mesmo tempo que teremos um espaço fiscal significativo, parte dele já está carimbado, e os ministérios terão que se adequar e entender a realidade dos fatos, diante de um marco e da Constituição que estabelece parâmetros”, destacou.
O ministro destacou que o Orçamento incorporou quase todas as promessas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, ela admitiu que elevar a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para R$ 5 mil ainda não está previsto no Orçamento de 2024 porque depende da votação da reforma tributária. “Isso (a nova faixa de isenção) pode entrar no ano que vem como pode entrar em 2025, dependendo de outro assunto que será discutido com o Ministério da Fazenda até o final do ano, logo após a aprovação da reforma tributária no Senado”, declarou Tebet.