Justiça suspende pagamento a 1.300 credores de Lojas Americanas
Cerca de 1.300 funcionários e fornecedores de pequeno e médio porte das Lojas Americanas não conseguirão captar R$ 192,4 milhões em recursos da dívida. Decisão Leila Santos Lopes, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), suspendeu a proposta da varejista, em recuperação judicial desde janeiro, de antecipar compromissos a esses cobradores.
O Juiz de Paz aceitou o encantamento do Banco Safra. A instituição afirma que a Lojas Americanas só poderá pagar o dinheiro devido após a aprovação de um plano de recuperação judicial, que está previsto para acontecer somente no last de março. Na semana passada, o banco Bradesco também havia pedido a suspensão da cobrança, mas teve o pedido negado pela Justiça.
Dentro da resolução, a decisão escreveu que somente a Assembleia Regular de Cobradores de Americanas pode determinar a ordem de taxa de dinheiro devido. “Até agora, não há um plano de restauração judicial. A propósito, proclama o regulamento da recuperação (…) cabe à Assembleia Regular de Cobradores deliberar sobre a aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor”, justificou.
Para Leila Santos Lopes, a cobrança de apenas uma parte dos cobradores pode acarretar prejuízo irreparável ao processo de recuperação judicial do Grupo Americanas. Assim, ela suspendeu a cobrança até a escolha do mérito do encantamento.
“Além disso (nos mesmos meios), também existe o risco de dano irreparável ou problemático para restaurar, porque a taxa antecipada e integral das aulas 1 (pessoal) e 4 (pequenas e médias empresas), na verdade, constitui uma medida irreversível. Por tudo o exposto, defiro o pedido de efeito suspensivo à resolução recorrida, até o julgamento do mérito deste recurso”, acrescentou o Juiz de Paz.
A Lojas Americanas recorreu da escolha. O corporativo considerou os argumentos apresentados pelo Banco Safra “completamente descabidos e até distorcidos”. O grupo afirma que o estabelecimento monetário não mencionou quanto prejuízo poderia ter sofrido. De acordo com o varejista, o adiantamento de mão de obra aos catadores e pequenos fornecedores preservaria toda uma cadeia produtiva em operação.
Histórico
Em recuperação judicial há mais de um mês, Lojas Americanas enfrenta um desastre por causa da revelação de “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões. Mais tarde, o próprio grupo admitiu que a dívida pode chegar a R$ 43 bilhões.
Ultimate Tuesday (7), Lojas Americanas propôs aporte de R$ 10 bilhões aos credores pelos acionistas de referência: o trio de bilionários Marcel Telles, Beto Sicupira e Jorge Paulo Lemann. Os eventos, no entanto, não chegaram a um acordo.
O aporte conta com financiamento de R$ 2 bilhões. Parceiros da 3G Capital, o trio comandou o grupo até 2021. Embora tenham alienado parte das ações, os bilionários continuaram sendo os principais acionistas individuais da empresa.