Abate de bovinos no Brasil volta a crescer após dois anos de queda

Abate de bovinos no Brasil volta a crescer após dois anos de queda

O abate de bovinos voltou a crescer em 2022, após dois anos consecutivos de queda. Foram 29,80 milhões de cabeças no ano passado, um aumento de 7,5% em relação ao ano anterior, ou 2,09 milhões de cabeças a mais. Com 56,15 milhões de cabeças, o abate de suínos cresceu 5,9% em relação ao ano anterior e foi recorde na série histórica.
Os dados são das Estatísticas da Produção Pecuária, divulgadas nesta quarta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O analista de pesquisas, Bernardo Viscardi, disse que o aumento de 19,1% no abate de fêmeas foi fundamental para essa retomada do abate de bovinos. “Esses são os ciclos da pecuária. Após um período de retenção das vacas para reprodução, seguido da entrada dos bezerros no mercado e sua consequente desvalorização devido ao aumento da oferta, as fêmeas começam a ser destinadas ao abate”, explica em texto no site do IBGE.

O estado de Mato Grosso segue na liderança do classificação país no abate de bovinos. A participação do estado no total do país foi de 15,8%. Em seguida estão São Paulo, com 11,5%, e Mato Grosso do Sul, com 11%.

Ovos

A produção de ovos de galinha avançou em 16 dos 26 estados analisados ​​em 2022. Em relação a 2021, a produção nacional cresceu 1,2%, o que representa novo recorde em 2022, totalizando 4,06 bilhões de dúzias. O aumento da atividade em relação a 2021 representa mais 47,71 milhões de dúzias de ovos disponíveis no mercado.

Segundo Bernardo Viscardi, o mercado interno é o grande responsável pelo resultado, já que o Brasil exporta menos de 1% da produção. “O ovo é a proteína mais barata, em termos absolutos, entre todas as pesquisadas, sendo uma ótima alternativa às carnes bovina, suína e de frango. Os ovos são utilizados tanto para consumo quanto para incubação. Portanto, o crescimento da produção de carne de frango acompanha o aumento da atividade de ovos férteis incubados”, explicou.

Mesmo com a queda de 0,1% em relação ao ano anterior, a atividade paulista continuou responsável pela maior produção, liderando o ranking anual dos estados na produção de ovos de galinha, com 27,1%. Em seguida estão Paraná, com 9,4%, Minas Gerais, com 8,9%, e Espírito Santo, com 8,4%.

suínos

Segundo o IBGE, mais uma vez os suínos se destacaram. Foram 56,15 milhões de cabeças abatidas em 2022, um aumento de 5,9% ou 3,10 milhões de cabeças a mais em relação a 2021.

Para o analista da pesquisa, isso pode ser explicado pelo aumento das exportações e também por ser um tipo de carne com custo menor e mais acessível que a bovina. “A indústria de suínos tem trabalhado com cortes de fácil preparo, o que naturalmente ajuda a aumentar o consumo. Além disso, as exportações aumentaram. Apesar da recuperação de seu rebanho após o controle da peste suína africana, alguns dos principais destinos da carne brasileira, como China, Vietnã e Filipinas, mantiveram as importações em patamares elevados”, afirmou.

A liderança no abate de suínos em 2022 continuou com Santa Catarina, que atingiu 28,5% do abate nacional, seguido pelo Paraná, com 20,4%, e Rio Grande do Sul, com 17,3%.

Outro setor que se beneficiou da alta demanda no mercado interno foi a produção de frango, proteína a que mais pessoas têm acesso e que, em geral, substitui a carne bovina.

Segundo o IBGE, o resultado da estabilidade de 2022 é o segundo melhor da série histórica e ficou atrás apenas do valor de 2021.

O levantamento também apontou que nas exportações de produtos, a gripe aviária, que atingiu mais o hemisfério norte, contribuiu para impulsionar as vendas de carne de frango no Brasil. Com isso, segundo o IBGE, o Brasil consolidou ainda mais sua posição de maior exportador mundial de carne de frango.

Segundo Bernardo Viscardi, houve problemas nas cadeias produtivas de fornecedores tradicionais no mercado internacional, tanto nos Estados Unidos quanto na União Européia. “A guerra na Ucrânia também teve impacto, pois o país era um dos maiores fornecedores”, afirmou.

O Paraná continuou na liderança do ranking dos estados em abate de frango em 2022 e alcançou 33,5% de participação nacional. Em seguida vêm Rio Grande do Sul (13,4%) e Santa Catarina (13,1%).

leite

Ao contrário, o leite captado em 2022 chegou a 23,85 bilhões de litros. O volume representa uma queda de 5% em relação a 2021. É também a segunda queda consecutiva após o recorde observado em 2020.

Viscardi disse que o desempenho pode ser explicado pelo fenômeno La Niña, que provocou estiagem no sul do Brasil e prejudicou pastagens, resultando em queda na produção de leite. “Os altos custos de produção, que influenciam no preço do leite, envolvendo ração, energia e combustível, associados à baixa demanda no mercado interno, foram outros fatores importantes”, acrescentou.

Mais uma vez, Minas Gerais ficou no topo do ranking nacional. Desta vez, com 24,5% de participação, seguido por Paraná (14,3%) e Rio Grande do Sul (13,3%).

Couro

A produção em curtumes com pelo menos 5.000 unidades inteiras de couro bovino por ano atingiu um total de 30,11 milhões de peças inteiras. É um aumento de 2,4% em relação ao ano anterior.

Segundo o IBGE, o aumento no recebimento de peles bovinas em 13 dos 18 estados que possuem curtumes elegíveis para o levantamento influenciou o resultado. Com 16,6% de participação, Mato Grosso manteve-se na liderança do ranking nacional, seguido por Mato Grosso do Sul, com 13,8%, e São Paulo, com 11,1%.

último trimestre

Os dados de 2022 foram obtidos a partir do resultado do 4º trimestre de 2022, quando os abates de bovinos cresceram 7,7%, os suínos 3,4% e os de frango 2,2%, em relação ao mesmo período de 2021. Em relação ao 3º trimestre de 2022, os bovinos os abates caíram 5,4%, os abates de suínos caíram 4% e os de frangos subiram 2,2%. A aquisição de leite ficou em 6,29 bilhões de litros, o que representa uma queda de 3,2% em relação ao 4º trimestre de 2021 e um aumento de 2,5% em relação ao trimestre imediatamente anterior.

A aquisição de peças de couro pelos curtumes aumentou 5,4% em relação ao 4º trimestre de 2021, e uma queda de 4,6% em relação ao trimestre anterior. Ao todo, foram 7,62 milhões de peças de couro cru.

A produção de ovos de galinha ficou em 1,04 bilhão de dúzias no 4º trimestre de 2022, um aumento de 3,4% em relação ao mesmo período de 2021 e de 1% em relação ao trimestre anterior.

Foto de © Marcello Casal JrAgência Brasil
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