Agência Brasil explains what PPA Participativo is

Agência Brasil explains what PPA Participativo is
Agência Brasil explains what PPA Participativo is

Ninguém melhor do que a sociedade para identificar suas próprias necessidades e indicar quais políticas públicas e ações governamentais devem ser priorizadas. Com base nessa premissa, o governo federal abriu, no âmbito do Plano Plurianual (PPA) – principal instrumento de planejamento orçamentário de médio prazo do Executivo – alguns canais de consulta pública, buscando sugestões da sociedade civil e dos cidadãos.
Por meio do chamado PPA Participativo, é possível que todos indiquem onde o governo deve gastar parte dos recursos públicos previstos no Orçamento. O procedimento é muito simples e pode ser feito pessoalmente ou on-lineem poucos minutos, através do Brasil Participativo digital platform.

“A democracia vai além das eleições. É participação e engajamento. Esses canais participativos são um convite à população para o exercício de sua cidadania. Cidadania não é só votar. É opinião. E por meio dela podemos influenciar os destinos da nação, indicando o que a população entende ser prioridade para o governo”, disse ao Agência Brasil a secretária nacional de planejamento, Leany Lemos.

o que é PPA

A Constituição brasileira coloca o PPA como instrumento que orienta a elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA). Portanto, define diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal. Além disso, planos e programas nacionais, regionais e setoriais devem ser elaborados de acordo com o PPA.

Tem validade de quatro anos, a partir do segundo ano do mandato do presidente – e se estende até o final do primeiro ano do mandato do sucessor. Segundo o Ministério do Planejamento e Orçamento, a elaboração do PPA começa com um projeto de lei, que é submetido à apreciação do Congresso Nacional até quatro meses antes do final do primeiro ano de mandato do presidente.

Brasília - 25/05/2023 - A secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão do GDF, Leany Lemos, participa de coletiva de imprensa sobre a situação financeira do Distrito Federal.  Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
A secretária Leany Lemos destaca a importância da participação social na definição das prioridades do governo – Valter Campanato/Agência Brasil

“O PPA que está sendo elaborado pelo atual governo traz um modelo lógico e uma metodologia forte que foi muito discutida, inclusive com o TCU (Tribunal de Contas da União) e com especialistas externos. Estou muito confiante para dizer isso. Além disso, ele é muito transparente, mostrando o caminho a ser seguido para que cada ação resolva o desafio proposto”, explicou o secretário.

Leany Lemos acrescenta que o PPA do atual governo apresenta muitas diferenças em relação ao apresentado pelo governo anterior, pois apresenta um diagnóstico dos problemas e define uma visão de futuro. “Nossa visão é de um país democrático, justo, inclusivo, próspero, com garantia de direitos, onde haja crescimento econômico e sustentável, mas ao mesmo tempo social e ambientalmente sustentável”, destacou.

“Também tem sustentabilidade fiscal, porque se não tivermos equilíbrio, também não temos credibilidade, nem nossa arrecadação melhora para implementar essas políticas. Também busca a excelência na gestão, por exemplo, com diretrizes que promovam uma gestão pública inovadora eficaz com transformação digital”, acrescentou.

PPA participativo

O PPA participativo é uma iniciativa do governo federal que busca trazer a sociedade para a elaboração do PPA, seja diretamente (cidadãos), seja por meio de conselhos, associações, sindicatos, grupos, movimentos ou organizações não governamentais (ONGs), por exemplo.

Na fase inicial de consultas participativas (sobre a dimensão estratégica, visão de futuro, valores, diretrizes e eixos temáticos), cerca de 3.200 representantes da sociedade civil e diversos conselhos – ligados a todos os ministérios e entidades afins – organizaram fóruns que, no em meio a 120 oficinas temáticas, desenhou os 88 programas existentes no âmbito do PPA.

>> Conheça os 88 programas PPA

Em seguida, teve início a segunda forma de consulta, que abrange plenárias nas 27 unidades federativas. A primeira delas, no dia 11 de maio, foi na Bahia. A última será no dia 10 de julho, em São Paulo. Neles são apresentados os programas; a dimensão estratégica; e a plataforma digital Brasil Participativo.

Confira abaixo o calendário da plenária:

Brasília - 26.05.2023 - Calendário de plenárias nas 27 unidades federativas para discussão do PPA Participativo.  Foto: Reprodução/ Gov.br
Calendário de plenárias nas 27 unidades federativas para discutir o PPA Participativo – Reprodução/Gov.br

“Nesta segunda fase, de plenários estaduais, quem participa e contribui são os movimentos que se inscrevem e são selecionados para falar e apresentar propostas. A sociedade civil também pode participar desta etapa, assim como os cidadãos, desde que se inscrevam com antecedência”, explicou o secretário de Planejamento. Os governos estaduais participam apenas como ouvintes.

As inscrições para participação nas plenárias são feitas online. Para acessar a página, Clique aqui.

Plataforma

A terceira forma participativa do PPA é por meio da Brasil Participativo digital platform. Nela, o cidadão pode escolher até três propostas, entre 28 pré-selecionadas pelo governo, bem como cadastrar novas propostas de políticas públicas federais. Você também pode apoiar propostas enviadas por outras pessoas.

O Ministério do Planejamento preparou um tutorial para ajudar as pessoas a usar a plataforma. Para assisti-lo, Clique aqui.

Em julho e agosto, as propostas e programas mais votados na plataforma serão analisados ​​pelo governo e pelos interconselhos. “Vamos fazer um detalhamento que é até julho. A partir de então, vamos incorporar a participação social e, até 31 de agosto, entregaremos um Projeto de Lei (PL) ao Congresso Nacional”, acrescentou o secretário.

O Legislativo deve votar a matéria ainda em 2023, para que entre em vigor a partir de 2024.

PPA participativo
PPA Participativo – Arte/Agência Brasil

O mais participativo da história

Durante a sessão plenária em Fortaleza, no dia 26 de maio, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, reiterou a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em relação ao PPA, de torná-lo “o mais participativo da história”, e destacou que , para atingir esse objetivo, é fundamental que o governo se desloque a todas as capitais do país, a fim de colher sugestões.

“Quem vai escrever a história do Planejamento será o povo brasileiro. Vamos colocar no PPA o que o povo quer; e gastar onde as pessoas precisam. Diga o que quiser para o Brasil”, disse o ministro.

“Como disse o presidente, o mais importante é incluir os pobres no Orçamento. É colocar a primeira infância, o jovem, o idoso, o negro, o indígena, as minorias. É garantir casas no Minha Casa, Minha Vida e crescimento, para a indústria gerar emprego e renda”, completou.

Base de dados

Segundo a secretária Leany Lemos, as propostas – votadas ou apresentadas pelos cidadãos por meio da plataforma – resultarão em um banco de dados muito interessante não só para o governo, mas para a comunidade acadêmica, com recortes que abrangem estado, região, perfil do cidadão e segmentos social.

“Com os microdados das características dos participantes, mas sem identificá-los, poderemos cruzar informações. Temos ótimos cientistas de dados aqui para fazer esse cruzamento diferenciado por gênero, localização, raça, idade, por exemplo”, afirmou.

Além disso, muitas sugestões que não são necessariamente utilizadas no PPA podem ser aproveitadas, já que este é um canal direto para identificar problemas em diferentes localidades – servindo inclusive para orientar políticas públicas locais (municipais e estaduais), fora do âmbito federal. .

“Essas sugestões e dados também podem interessar a deputados e senadores, na hora de elaborar emendas parlamentares, pois mostrarão os problemas de suas bases eleitorais. Também sou consultor legislativo e posso dizer que lá haverá matéria-prima para bons projetos legislativos. Se eu fosse parlamentar, com certeza colocaria meu conselho nessa plataforma”, completou.

Até o fechamento desta edição, mais de 83 mil pessoas acessaram a plataforma do Brasil Participativo e 1.337 propostas foram enviadas.

Foto de © José Cruz/ Agência Brasil
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