Alckmin defende ampliação do comércio com a América Latina
O presidente interino, Geraldo Alckmin, defendeu a ampliação do comércio entre o Brasil e os países latino-americanos, já que apenas 26% das transações são intrarregionais. “No mundo, embora globalizado, o comércio é tremendamente intrarregional”, disse ele, nesta quarta-feira (12), na abertura de evento realizado pela Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base, em Brasília.
Segundo ele, o comércio entre Estados Unidos, Canadá e México é de 50% entre eles. Na União Europeia e na Ásia, esses números sobem para 60% e 70%. “Temos que começar pelos vizinhos, então, fazer um grande esforço comercial na região, que é onde vendemos caminhões, carros, ônibus, autopeças, linha branca, produtos de valor agregado”, disse Alckmin.
Por isso, segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou sua participação internacional neste terceiro mandato com viagens à Argentina e ao Uruguai. Depois esteve nos Estados Unidos, que é o maior investidor do Brasil, e agora está na China com a expectativa de mais de 20 acordos são assinados com o país asiático.
Reformas na economia
Segundo Alckmin, o governo está otimista com a aprovação do quadro fiscal e, posteriormente, do reforma tributária para alavancar investimentos no país. Para o vice-presidente, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o Brasil teve uma desindustrialização precoce e preocupante mas, com as medidas, pode recuperar a competitividade.
Como pacote de medidas fiscaisque ainda não foi enviado ao Congresso, o governo busca garantir credibilidade e previsibilidade para a economia e para o financiamento de serviços públicos como saúde, educação e segurança pública.
“A nova ancoragem fiscal é inteligente porque estabelece rigor nos gastos públicos, a curva da dívida vai cair, e por outro lado é anticíclica, ou seja, quando a economia cresce muito forte você tem um teto de gastos e quanto mais fraco você tem um piso para ajudar a alavancar a atividade econômica”, explicou.
Ainda segundo Alckmin, o papel do crédito é de extrema importância nesse cenário e deve ser potencializado com a redução dos juros a partir da melhora das expectativas com a política fiscal do país.
“Três coisas estão impactando: juros, impostos e câmbio. O câmbio é bom, só precisa ser estável, mas é competitivo. O imposto vai melhorar com a reforma tributária, não vai cair, mas vai simplificar e vai estimular a atividade produtiva. E crédito, estou confiante que vamos introduzir uma redução gradual da taxa Selic com ancoragem fiscal, proporcionando melhor crédito, além de buscar outras formas de sustentar o crédito, principalmente com fundos garantidores”, disse Alckmin.
O presidente interino destacou que a desaceleração da inflação deve impactar as decisões do Banco Central sobre a política monetária e o nível da Selic, a taxa básica de juros. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que calcula o inflação oficial do paísatingiu 0,71% em março, desacelerando em relação a fevereiro, quando foi de 0,84%, e atingindo o menor patamar desde janeiro de 2021.
“Queremos um desenvolvimento inclusivo com sustentabilidade e estabilidade. E a inflação não é socialmente neutra, tira dos mais pobres e passa para os mais ricos. Então, a queda da inflação é muito importante e vai ajudar na política monetária, que está reduzindo o custo do dinheiro, fator fundamental para a atividade econômica”, afirmou.