Após impasse, governo recua e eleva taxa de juros para 1,97% ao mês para folha de beneficiários do INSS

Após impasse, governo recua e eleva taxa de juros para 1,97% ao mês para folha de beneficiários do INSS
Os novos tetos de curiosidade da folha de pagamento para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Previdência Social (INSS) foram definidos esta semana pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS). Os limites de deliberação para hipoteca com consignação em folha de pagamento são de 1,97% e para a modalidade de cartão bancário o limite é de 2,89% por trinta dias.

A escolha ocorre após os estabelecimentos bancários suspenderem a concessão de empréstimos recentes depois que o governo federal estabeleceu, no início do mês, o desconto do teto de juros de 2,14% para 1,70% a trinta dias. Na época, os bancos alegaram que não era possível conceder crédito consignado com esse novo grau de curiosidade.

Professor de economia da ESEG – Faculdade do Grupo Passo e CEIC O economista André Morais explica que a escolha de sugerir a taxa máxima de juros para a folha de pagamento dos beneficiários do INSS em 1,70% a trinta dias foi uma convocação do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, sem consultar o grupo financeiro do governo federal. Essa proposição gerou um impasse com os estabelecimentos bancários.

“A maioria dos bancos brasileiros, juntamente com os bancos públicos, decidiu desistir de novas operações com crédito consignado. Assim, duas semanas após essa resolução, foi marcada uma rara assembléia para acabar com esse apagão de crédito consignado que acabou sendo gerado”, informa Morais.

Essa modalidade de pontuação de crédito permite que os beneficiários do INSS tenham acesso a empréstimos com taxas de juros baixas, juntamente com a modalidade de cartão bancário. O preço mais baixo é simplesmente alcançável, pois o baixo custo já está incluso na folha de pagamento ou no lucro.

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Como esse impasse afeta os beneficiários e o comércio

O economista, sociólogo e professor de mercado monetário da Faculdade de Brasília (UnB) César Bergo explica que a suspensão da oferta de crédito consignado para beneficiários do INSS tem um impacto financeiro, pois bilhões de reais deixam de circular e afetam as movimentações financeiras, como o comércio.

“Muitas vezes esse aposentado ou pensionista recebe uma pequena quantia de lucro e, normalmente, eles têm uma emergência ou uma queda financeira e (o empréstimo consignado) é a taxa de juros mais baixa do mercado. Então cria esse lado negativo não só para o sistema econômico, mas também para os clientes”, diz o economista.

Bergo também aponta que suspensões ou cortes na maioria desses créditos geram efeitos críticos na economia. “Quando você cai (o crédito consignado), você cria alguns problemas e para o sistema econômico é o caixa que para de circular, é o caixa que não está mais circulando na empresa. Então, isso impacta diretamente no exercício financeiro e acaba refletindo no desenvolvimento financeiro do país”, diz.

O que diz a Febraban

Em suma, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) informa que discordou, inicialmente, da proposta oferecida pelo governo federal de elevar o teto da curiosidade para 1,97% a cada trinta dias. O desentendimento ocorre, de acordo com a federação, “porque é um grau ainda abaixo dos preços atuais para alguns dos bancos que oferecem esta linha de crédito”. No entanto, a entidade afirma que cabe a cada estabelecimento monetário avaliar as circunstâncias para a concessão da folha de pagamento aos beneficiários do INSS.

Com informações de Brasil 61

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