Balança comercial tem maior superávit mensal da série histórica

Balança comercial tem maior superávit mensal da série histórica
Balança comercial tem maior superávit mensal da série histórica

Aproveitando a safra de soja e as exportações de petróleo e minério de ferro, a balança comercial registrou, em maio, o maior superávit mensal desde o início da série histórica, em 1989. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o país exportou US$ 11,378 bilhões a mais do que importou em maio.
O valor representa mais que o dobro do saldo positivo de maio do ano passado, que somou US$ 4,958 bilhões. No mês passado, as exportações somaram US$ 33,067 bilhões, também o maior valor mensal desde 1989. O aumento foi de 11,6% em relação a maio do ano passado pela média diária.

O saldo também foi impulsionado pela queda nas importações. Em maio, o país comprou US$ 21,689 bilhões, queda de 12,1% também pelo critério de média diária na mesma comparação.

Com o resultado de maio, a balança comercial acumula superávit de US$ 35,285 bilhões nos cinco primeiros meses de 2023. O resultado é o maior da série histórica para o período e 39,1% superior ao de iguais meses do ano passado, também pelo critério da média diária.

No caso das exportações, o aumento se deve mais ao aumento do volume negociado do que aos preços internacionais das mercadorias. No mês passado, o volume de mercadorias exportadas aumentou em média 29,3% em relação a maio do ano passado, enquanto os preços médios caíram 13,7%.

Nas importações, a quantidade comprada subiu apenas 0,3%, refletindo a desaceleração econômica, mas os preços médios caíram 13,1%. A queda dos preços foi puxada principalmente pelos combustíveis e fertilizantes, itens que ficaram mais caros após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, mas estão voltando aos preços normais. Os preços dos fertilizantes químicos, que tiveram forte alta no ano passado, caíram 47,6% entre maio de 2022 e 2023.

Setores

Os três setores avaliados apresentaram crescimento nas exportações em relação a maio do ano passado. As exportações do setor agrícola aumentaram 15,7%. As vendas da indústria extrativa cresceram 12,8% e as da indústria de transformação, 8,5%.

Na agropecuária, o início da safra de soja pesou mais na alta das exportações, apesar da queda em vários mercadorias (bens primários com cotação internacional). O preço médio caiu 14% em maio em relação ao mesmo mês de 2022, enquanto o volume de mercadorias embarcadas subiu 34,3%. Na indústria de transformação, a quantidade exportada aumentou 16,6%, com o preço médio caindo 6,5%.

Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e petróleo, a quantidade exportada subiu 51,9%, mas os preços médios caíram 26,1% em relação a maio do ano passado.

O petróleo bruto voltou a impulsionar o aumento das exportações da indústria extrativa, com o volume exportado subindo 75,7%, apesar da queda de 30,9% nos preços entre maio de 2022 e maio de 2023. Plataformas da Petrobras que estavam em manutenção. Após um ano de altas contínuas, os preços do petróleo estão em queda porque os efeitos da guerra na Ucrânia e a recuperação econômica após a fase mais aguda da pandemia de covid-19 já foram incorporados às cotações.

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Em abril, a equipe econômica divulgou a segunda estimativa do superávit comercial para 2023. O governo projeta saldo positivo de US$ 84 bilhões para este ano, o que representaria um aumento de 36,8% em relação ao superávit recorde de US$ 62,3 bilhões registrados em 2022.

As estimativas oficiais são atualizadas a cada três meses. As previsões são mais otimistas do que as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada semanalmente pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 60 bilhões neste ano.

Foto de © Tânia Rêgo/Agência Brasil
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