Banco do Brasil tem lucro de R$ 8,5 bilhões no primeiro trimestre
O Banco do Brasil (BB) registrou lucro líquido ajustado de R$ 8,5 bilhões no primeiro trimestre de 2023, segundo balanço divulgado nesta terça-feira (16), em São Paulo. O total representa um crescimento de 28,9% em relação ao lucro líquido dos três primeiros meses de 2022. O retorno sobre o patrimônio líquido foi de 21%.
Em relação ao período de janeiro a março de 2022, a carteira de crédito do banco cresceu 16,8% no primeiro trimestre deste ano, atingindo mais de R$ 1 trilhão. O maior crescimento foi no crédito disponibilizado ao agronegócio, que aumentou 26,7%, totalizando R$ 322,5 bilhões.
A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, destacou a importância do setor para a instituição. “Somos líderes neste segmento da economia e queremos ter uma posição de maior destaque. Os números demonstram a prioridade que damos à nossa parceria com o agronegócio: no atual plano de safra, já desembolsamos mais de R$ 148 bilhões, um aumento de 30% em relação à safra anterior”, enfatizou em seu discurso.
O crédito consignado também é destaque na estratégia do banco. A carteira de crédito para pessoas físicas cresceu 11,7% entre o primeiro trimestre do ano passado e o mesmo período de 2023, atingindo R$ 300,1 bilhões. Desse montante, mais de R$ 100 bilhões são de crédito consignado, um aumento de 40% em relação a 2022, que atende atualmente 700 mil clientes.
A carteira de crédito para micro e pequenas empresas passou de R$ 92,4 bilhões no primeiro trimestre de 2022 para R$ 114,8 bilhões neste ano, alta de 24,2%. Os empréstimos para grandes empresas e governos cresceram 8,1%, e em março chegaram a R$ 247,2 bilhões.
padrão
O percentual de clientes com dívidas vencidas há mais de 90 dias passou de 1,89% em março de 2022 para 2,62% em março deste ano. O índice, segundo o Banco do Brasil, ainda é inferior à média de 3,3% do sistema financeiro nacional. No banco, as linhas de crédito para pessoa física apresentam o maior índice de problemas de pagamento, com inadimplência de 5,39%. “Aqui no Banco do Brasil já podemos ver que essa inadimplência atingiu seu ápice”, disse o CFO (diretor financeiro) da instituição, Geovanne Tobias, sobre a carteira para pessoa física.
Apesar da menor inadimplência na carteira PJ – 2,13% em março de 2023 contra 1,23% no mesmo mês do ano passado – a administração do banco ainda não vê estabilidade nesse segmento. “Na pessoa jurídica, tivemos sim uma continuidade desse crescimento que reflete, principalmente nesse primeiro trimestre, o que aconteceu no mercado de captação de grandes empresas privadas de valores mobiliários, basicamente esse mercado parou. Ficou mais caro e mais difícil para as empresas se refinanciarem no mercado de capitais”, argumentou Tobias.
No agronegócio, os problemas de pagamento permaneceram em patamar estável, 0,6% em 2022 e 0,59% neste ano.
Nas projeções para 2023, o Banco do Brasil espera expandir a carteira de crédito entre 8% e 12%. O lucro líquido ajustado estimado para o ano varia de R$ 33 bilhões a R$ 37 bilhões.