Brasil é o único país capaz de dobrar a produção de fertilizantes nos próximos 5 anos

O Brasil é o único país que possui água e minerais suficientes no solo para dobrar sua capacidade de produção de fertilizantes (NPK) nos próximos 5 anos. É o que afirmou o diretor-gerente da Associação Nacional de Adubos (ANDA), Ricardo Tortorella, durante o seminário sobre o Plano Nacional de Adubos (PNF) realizado nesta quinta-feira (27), na Câmara dos Deputados.

“Se olharmos para nações que, ao mesmo tempo, têm mais de 100 milhões de habitantes, mais de 2 milhões de km² e um PIB superior a US$ 1 trilhão, restam 5 nações no planeta. Somos uma dessas 5 nações do planeta”, completou o diretor. Tortorella também comentou que o PNF traz uma estabilidade elementar ao setor.

A ocasião contou ainda com a presença do diretor-gerente do Sindicato Nacional das Indústrias de Fertilizantes Não Cozidos (Sinprifert), Bernardo Silva. Segundo ele, isso pode ser muito necessário para que o Brasil tenha um plano de governo voltado para a fabricação própria de fertilizantes.

“A falta de fertilizantes não começou com a pandemia, não começou com o conflito na Ucrânia. Vemos a produção nacional estagnada nos últimos 30 anos, enquanto as importações cresceram mais de 600%, resultado da falta de planejamento, coordenação e políticas equivocadas de seguros que favoreceram as importações, quando já temos plena capacidade no Brasil de produzir fertilizantes”, afirma .

Silva diz que, no ano passado, o Brasil produziu cerca de 7,5 milhões de toneladas de NPK e que, nas mesmas circunstâncias, essa produção pode ser quase dobrada, já que o país tem uma capacidade de produção de cerca de 13 milhões de toneladas de NPK.

“Se olharmos para o Plano Nacional de Fertilizantes de longo prazo, até 2050, o Brasil seria capaz de produzir cerca de 25 milhões de toneladas de NPK, se todas as ações contidas no plano forem realizadas”, destaca.

Um dos parlamentares presentes no debate foi o senador Laércio Oliveira (PP-PE), que destacou que o Brasil gasta cerca de US$ 15 bilhões por ano com importações de fertilizantes. “Ouço falar muito neste momento sobre a cobertura de incentivos, que o Brasil abre mão de bilhões ou trilhões com incentivos. Acho que é preciso rever essa agenda, claro, mas o Brasil deve ter consciência de que a Cobertura Nacional de Fertilizantes, bem utilizada, é necessária para desenvolver a nação”, enfatiza.

Plano Nacional de Fertilizantes

O Plano Nacional de Fertilizantes visa planejar o setor até 2050 e desenvolver o agronegócio nacional, especializando-se nos principais elos da cadeia: comércio convencional, produtores rurais, cadeias ascendentes, novas ciências aplicadas, uso de insumos minerais, inovação e sustentabilidade ambiental.

O PNF começou a ficar pronto em 2021 e foi formalizado por decreto de 11 de março de 2022. O documento também cria o Conselho Nacional de Fertilizantes e Dieta Vegetal, órgão consultivo e deliberativo que coordena e exibe a implementação do Plano Nacional de Fertilizantes.

A implementação de ações PNF poderia diminuir a dependência externa dessas vitaminas, importadas principalmente da Rússia, China, Canadá, Marrocos e Bielo-Rússia. Estados Unidos, Catar, Israel, Egito e Alemanha completam o checklist dos dez maiores exportadores de fertilizantes para o Brasil em 2021, com base em informações do então Ministério da Fazenda.

Veja mais:

Guerra entre Rússia e Ucrânia eleva preços de fertilizantes em mais de 140% e petróleo em cerca de 70%

Governo deve impedir preços abusivos de fertilizantes, defende autor de proposta de fiscalização

Com informações de Brasil 61

0 0 votos
Avaliação
Acompanhar
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais novo
Mais velho Mais votado
Feedbacks em linha
Ver todos os comentários
0
Gostou do post? Faça um comentário!x