Cerca de 50% do desmatamento na Amazônia brasileira ocorre em florestas públicas não designadas
As florestas públicas não designadas ocupam um espaço de cerca de 56 milhões de hectares, o que corresponde à escala de uma rústica como a Espanha, e retalhista cerca de 7 mil milhões de toneladas de carbono (o que representa 12 meses de emissões mundiais).
A membro do Centro de Pesquisas Superiores da Amazônia, do Colégio Federal do Pará, e uma das autoras do artigo, Cláudia Azevedo-Ramos, explica que a situação do desmatamento na área atualmente tem novos componentes, comparáveis ao hipótese de propriedade real e exploração de fontes puras pelo crime organizado. O pesquisador destaca que também existem informações falsas no sistema de cadastro ambiental rural para aquisição de títulos de propriedade.
“Imaginamos que, como medidas urgentes para conter essa usurpação, destruição de nossas florestas, pode ser crucial primeiro cancelar registros fraudulentos, responsabilizando os fraudadores. (…) Além disso, vai precisar de transmitir segurança a esses espaços públicos atribuindo-lhes aulas de segurança”, diz Azevedo-Ramos.
concessões florestais
Com o objetivo de conciliar exploração de fontes puras e sustentabilidade, o Congresso Nacional está debatendo um projeto de lei que oferece concessões florestais. O objetivo do PL 5518/2020 é reduzir a burocracia no processo de licitação, tornar os contratos mais versáteis e tornar este modelo de empresa mais envolvente. O diretor de políticas públicas de seguros e melhoramento territorial do Ipam, Eugênio Pantoja, diz que a proposta é uma chance de agilizar e desburocratizar os processos de concessão florestal.
“Isso, de fato, torna os planos de administração e as concessões florestais ainda mais envolventes. Então, essa governança permite que o Estado brasileiro, poder público em geral, tenha maior gestão e as garantias necessárias para a gestão dessas florestas”, diz Pantoja.
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O relator da medida na Câmara dos Deputados, coronel Chrisóstomo (PL-RO), diz que o projeto de lei pode melhorar a situação financeira brasileira ao transferir bilhões de reais, porque a exploração de fontes puras por meio de concessões se tornará mais atraente .
“O que é legal para cada lado também pode ser a avaliação do contrato a cada 5 anos. A cada 5 anos uma avaliação do reequilíbrio monetário, isso é bom para todos, bom para o público em geral e bom para o concessionário também, pois ele consegue repassar essas perdas que eles tiveram ao longo do tempo”, acredita o parlamentar.
Confira os detalhes da proposta:
- Possibilidade de concessões florestais para conservação e restauração;
- Instituição de curso licitatório mais célere, com inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento;
- Possibilidade de, no âmbito do objeto da concessão, a exploração de diversos serviços florestais não madeireiros, equiparáveis a fontes turísticas, de patrimônio genético, pesqueiros ou de fauna silvestre, e mercadorias obtidas da biodiversidade nativa outorgada;
- Exigência da concessionária possuir seguro de responsabilidade civil legal vigente por qualquer dano induzido à atmosfera ou a 3º eventos. E também uma garantia de eficiência contratual supostamente para cobrir inadimplência;
- Possibilidade de unificação operacional das áreas de concessão, estável ou descontínua, quando posicionadas em unidade de conservação ou lote de concessão idênticos.
Processo
O PL 5518/2020 foi aceito como alternativa dentro da Taxa de Atmosfera e Crescimento Sustentável da Câmara dos Deputados. A proposta chegou a entrar na pauta do plenário para votação no dia 22 de dezembro, mas não deixou de ser apreciada pelos parlamentares em decorrência do encerramento da sessão legislativa. A medida aguarda deliberação do plenário sob regime de urgência.
Com informações de Brasil 61