Conselho Monetário Nacional discutirá alongamento de metas de inflação
A prorrogação das metas de inflação será um dos temas discutidos na reunião desta quinta-feira (29) do Conselho Monetário Nacional (CMN), conforme confirmado na noite desta quarta-feira (28) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Sem dar detalhes, o ministro informou que a proposta será levada ao órgão.
“Tenho defendido publicamente a questão da meta contínua e vamos discuti-la amanhã na reunião”, disse Haddad nesta noite. Ele chamou o modelo de meta contínua de “melhoria desejável”.
Atualmente, o Banco Central persegue uma meta de inflação estabelecida a cada ano, com margem de tolerância de mais ou menos 1,5 ponto percentual. No sistema de metas contínuas, utilizado em vários países desenvolvidos, o horizonte pode ser aberto ou obedecer a um período superior a um ano, como 18 ou 24 meses.
Além de discutir o alongamento das metas de inflação, o CMN definirá a meta de inflação para 2026. Nas reuniões de junho, o colegiado define a meta para três anos à frente, com possibilidade de revisão das metas dos anos anteriores.
“De acordo com a pauta, o CMN vai discutir a meta de 2026. É com isso que estamos lidando”, disse. “E outras perguntas como esta que estou fazendo. Se é o caso ou não de tomar essa decisão de padronizar o programa de metas de inflação do Brasil em relação ao resto do mundo, o que é sui generis”, declarou.
Atualmente, a meta de inflação do Brasil está fixada em 3,25% para 2023 e 3% para 2024 e 2025, com margem de tolerância de mais ou menos 1,5 ponto. Haddad informou ainda que o CMN também aprovará as medidas do Plano Safra 2023-2024 na reunião desta quinta-feira.
Com reuniões mensais, o Conselho Monetário Nacional é formado por Haddad; pela ministra do Planejamento, Simone Tebet; e pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Geralmente, as decisões ocorrem por consenso, mas, em caso de desacordo, são decididas por maioria de votos.