Copom inicia quarta reunião do ano para definir juros básicos

Copom inicia quarta reunião do ano para definir juros básicos

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia nesta terça-feira (20), em Brasília, a quarta reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic. O órgão deve manter o aperto monetário com a Selic em 13,75% ao ano, mesmo com a recente queda da inflação.
Nesta segunda-feira (19), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que os juros deveriam ter começado a cair em março. Desde o início do ano, o presidente Luiz Inacio Lula da Silva também critica os juros. Em janeiro, ele afirmou que o atual nível da taxa Selic atrapalha os investimentos e que não há justificativa para a Selic estar neste patamar no momento.

Embora a taxa básica tenha parado de subir em agosto do ano passado, está no maior patamar desde o início de 2017 e os efeitos do aperto monetário se fazem sentir na desaceleração da economia.

Segundo a última edição do boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, a taxa básica deve ser mantida em 13,75% ao ano pela sétima vez consecutiva. A expectativa do mercado financeiro, porém, é de que a Selic encerre o ano em 12,25% ao ano. Nesta quarta-feira (21), no final do dia, o Copom anunciará sua decisão.

Na ata da última reunião, em maio, a agência informou que a decisão dos juros exige paciência e serenidade. Mais uma vez, o Copom reforçou a possibilidade de elevação da taxa Selic, “apesar de ser um cenário menos provável”. Para o BC, a aprovação do quadro fiscal pode ajudar a equilibrar as contas públicas, que impactam nas expectativas de inflação.

Depois de subir no início do ano, as expectativas de inflação caíram. De acordo com último boletim Focusa estimativa de inflação para 2023 passou de 5,42% para 5,12%.

Em maio, impulsionado pela queda nos preços dos combustíveis e utensílios domésticos, o IPCA caiu para 0,23%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o indicador acumula alta de 2,95% no ano e de 3,94% nos últimos 12 meses, percentual inferior aos 4,18% acumulados até o mês anterior.

Taxa Selic

A taxa básica de juros é utilizada na negociação de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia. É o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – compra e venda de títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na assembléia.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso afeta os preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Ao reduzir a taxa Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, estimulando a produção e o consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

O Copom se reúne a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os integrantes do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.

meta de inflação

Para 2023, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo Banco Central, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o limite superior é de 4,75%. Para 2024 e 2025, as metas são de 3% para os dois anos, com o mesmo intervalo de tolerância. A meta para 2026 será definida neste mês.

não dura Relatório de Inflação, divulgado no final de março pelo BC, a autoridade monetária reconhece a possibilidade de estouro da meta de inflação neste ano. No documento, a estimativa é de que o IPCA chegue a 5,8% em 2023. O próximo relatório será divulgado no final do mês.

Foto de © Marcello Casal JrAgência Brasil
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