Copom mantém taxa básica de juros em 13,75% ao ano
A escolha do Copom sobre o valor das taxas de juros foi cercada de expectativas desde aquela última reunião da comissão, que aconteceu no início de fevereiro. Desgostosos com a cobertura financeira extra restritiva do Bacen, o presidente Lula e membros do governo federal começaram a exigir do Banco Central a redução das taxas de juros.
Com a escolha, a taxa de juros permanece a mesma pela quinta vez consecutiva. Em sintonia com o mercado monetário, a projeção é de que o Banco Central comece a reduzir a Selic a partir do 2º trimestre, o que deve encerrar o ano em 12,75%. Para o próximo ano, as taxas de juros devem cair para 10%.
A movimentação do Bacen em relação às taxas de juros é de interesse não apenas do governo federal, mas do setor produtivo. De acordo com Merula Gomes, especialista em dinheiro da Confederação Nacional dos Lojistas (CNDL), poderia ser maior se a Selic tivesse caído, o que não significa que a escolha do Copom tenha sido equivocada.
“O setor produtivo melhora quando os juros estão caindo, então ficamos atentos a essa queda dos juros, que na verdade não deve ocorrer agora. Percebemos que a queda dos juros favorece o setor produtivo, porém esta é uma questão que deve ser analisada tecnicamente e nunca politicamente. Devido a algum outro estresse que não é, os cálculos e os problemas que podem estar ocorrendo podem realmente ter um impacto destrutivo na taxa de juros”, ressalta.
Para delinear a extensão da curiosidade, o Banco Central faz uso do sistema de metas de inflação. Certamente um dos objetivos do Bacen é fazer com que o objetivo seja alcançado. Com taxas de juros altas, o crédito fica mais caro e o consumo cai, o que dificulta o desenvolvimento do sistema econômico.
Após quedas nos últimos meses de 2022, as expectativas de inflação subiram. Embora tenha confirmado uma variação destrutiva no Boletim Focus final, a estimativa de inflação para 2023 é de 5,95%. Para 2023, a meta de inflação foi fixada em 3,25%, e deve ser considerada cumprida caso ela oscile entre 1,75% e 4,75%.
Para a analista monetária Merula Gomes, um dos muitos métodos para facilitar o desconto das taxas de juros é a apresentação do quadro fiscal. “Esse caminho para a queda dos juros passa por reformas, reforma tributária, reforma administrativa, reforma tributária e ter um quadro fiscal que o mercado possa acreditar. Assim, experimentaremos uma queda mais aceitável nas taxas de juros, com maior segurança. Temos taxas de juros crescentes nos Estados Unidos, o Banco Central de lá está elevando as taxas de juros e isso coloca pressão no Brasil também”, explica ela.
Arredores nos EUA
No início desta quarta-feira, o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, decidiu aumentar as taxas de juros no país em 0,25 pontos percentuais. A escolha ocorre em meio ao capítulo da Instituição financeira do Vale do Silício (SVB), que iniciou um período de instabilidade no setor bancário americano.
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Com informações de Brasil 61