Déficit de armazenagem chega a 118,5 milhões de toneladas no Brasil
A capacidade estática de armazenamento de grãos é de 194 milhões de toneladas, enquanto a produção prevista para o Brasil é de 312,5 milhões de toneladas de grãos, e essa distinção pode trazer prejuízos ao infligir uma queda nos custos da commodity — como explica Bertolini.
“O produtor também pode ser pressionado a acabar, entre aspas, com sua fabricação, porque não tem onde secar, depurar e vender o grão. Depois disso, ele entra nesse mercado fornecendo um produto _ e força os custos para baixo de forma muito intensa. Então parte da queda do custo das commodities neste momento se deve à falta de infraestrutura e principalmente à escassez de armazéns”, contextualiza.
Segundo o especialista, a tendência da agricultura é seguir crescendo — e isso deve vir acompanhado de infraestrutura. Esse déficit de armazenamento se acumula ao longo do tempo, pois a capacidade de armazenamento cresce em média 4,8 milhões de toneladas, abaixo do ritmo de desenvolvimento da fabricação de grãos, que avança em torno de 9,4 milhões de toneladas.
“Temos que fazer investimentos de no mínimo R$ 15 bilhões de reais anuais em novos silos, ou seja, simplesmente para acompanhar o ritmo de desenvolvimento da agricultura de grãos no Brasil, não é nem para diminuir o déficit” — estimou o presidente da Câmara Setorial de Engrenagem para Armazenamento de Grãos da Abimaq, Paulo Bertolini.
Outra preocupação levantada pelos especialistas é onde esses silos devem ser construídos. Segundo Bertolini, o ideal é que o armazenamento seja o mais próximo possível da fabricação. “Aqui no Brasil só temos 15% da nossa capacidade estática contida nas fazendas, é muito pouco. E isso causa desperdício, prejuízo, falta de receita, destruição da rodovia, pois concentra todo o movimento de transporte no pico da safra e nunca cadenciado o ano todo, se tinha depósito, é um prejuízo comum para todos ” – ele contemplou.
Com informações de Brasil 61