Descontos na venda de carros chegam a R$ 400 milhões
Um dia após a extensão da exclusividade para pessoas físicas, o programa de venda de carros com desconto gastou R$ 400 milhões, anunciou nesta quarta-feira (21) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O valor equivale a 80% dos R$ 500 milhões em créditos tributários disponíveis para o programa.
Os descontos patrocinados pelo governo variam de R$ 2.000 a R$ 8.000, mas, de acordo com o MDIC, muitas empresas aplicaram margens maiores por conta própria. Lançado há duas semanas, o programa permite que os créditos solicitados pelas montadoras sejam convertidos em descontos ao consumidor na compra de carros com valor de mercado de até R$ 120 mil.
No que diz respeito aos subsídios a veículos pesados e de passageiros, os valores implementados não se alteraram nas últimas 24 horas. Os créditos tributários pela venda de caminhões somam R$ 100 milhões, 14% dos R$ 700 milhões disponíveis. Para a comercialização dos ônibus, foram concedidos R$ 140 milhões em crédito, de um total de R$ 300 milhões disponíveis.
Os dados consistem em um dados do painel divulgados pelo MDIC com atualizações do programa. A ferramenta permite o acompanhamento dos volumes de recursos liberados e da lista de carros atendidos.
Extensão
Na terça-feira (20), o MDIC estendeu exclusividade do programa por 15 dias vendas de carros com créditos fiscais para pessoas físicas. Somente após esse período, pessoas jurídicas, como locadoras de veículos e outros tipos de empresas, poderão comprar carros com desconto.
Em relação ao programa de ônibus e caminhões, não houve adiamento. As empresas podem comprar esses veículos com desconto a partir desta quarta-feira.
Até agora, o programa subsidia a compra com desconto de 266 versões de 32 modelos de carros de nove diferentes montadoras: Renault, Volks, Toyota, Hyundai, Nissan, Honda, GM, Fiat e Peugeot.
A nova versão da lista pode ser acessada em página MDIC.
Os fabricantes de caminhões que demonstraram interesse foram Volkswagen Truck, Mercedes-Benz, Scania, Fiat Chrysler, Peugeot Citroen, Volvo, Ford, Iveco, Mercedes-Benz Cars & Vans e Daf Caminhões.
No caso dos ônibus, nove montadoras aderiram ao programa: Mercedes-Benz, Scania, Fiat Chrysler, Mercedes-Benz Cars & Vans, Comil, Ciferal, Marcopolo, Volare e Iveco.
Essas empresas pleitearam descontos em impostos no valor de R$ 140 milhões, equivalente a 46,7% do teto de R$ 300 milhões disponibilizado às montadoras de ônibus.
créditos fiscais
O programa de renovação da frota será financiado por meio de créditos tributários, descontos concedidos pelo governo aos fabricantes no pagamento de impostos futuros, no valor total de R$ 1,5 bilhão. Em troca, a indústria automobilística se comprometeu a repassar a diferença ao consumidor.
Está prevista a utilização de R$ 700 milhões em créditos tributários para a venda de caminhões, R$ 500 milhões para automóveis e R$ 300 milhões para vans e ônibus. O programa tem prazo de quatro meses, mas pode expirar antes, assim que os créditos tributários forem esgotados.
Para compensar a perda de receita, o governo pretende reverter parcialmente a isenção do diesel que vigoraria até o final do ano. Dos R$ 0,35 do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) atualmente zerados, R$ 0,11 serão reembolsados em setembro, após 90 dias determinados pela Constituição para aumentar as contribuições federais.