Dilma Rousseff é eleita presidente do Banco dos BRICS
A ex-presidente da República Dilma Rousseff foi eleita nesta sexta-feira (24) presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também conhecido como Banco do Brics. Ela substitui Marcos Troyjo, ex-secretário especial do ex-Ministério da Economia, que ocupava o cargo desde julho de 2020.
Dilma vai presidir o NDB até julho de 2025, quando termina o mandato do Brasil à frente da instituição financeira, que tem sede em Xangai, na China. A posse oficial de Dilma está marcada para o final da próxima semana, durante viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China.
Embora o banco tenha anunciado a substituição de Troyjo por Dilma no último dia 10, a eleição para a diretoria do banco só ocorreu nesta sexta-feira. Cada país do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – preside o banco por mandatos rotativos de cinco anos.
“Como presidente do Brasil, Dilma Rousseff concentrou sua agenda em garantir a estabilidade econômica do país e a geração de empregos. Além disso, durante seu governo, o combate à pobreza teve prioridade e os programas sociais iniciados no governo Luiz Inácio Lula da Silva foram ampliados e reconhecidos internacionalmente. Como resultado de um dos mais amplos processos de redução da pobreza da história do país, o Brasil foi retirado do Mapa da Fome das Nações Unidas”, destacou o NDB em nota.
O comunicado lembrou ainda que, durante seu governo, Dilma promoveu o respeito à soberania dos países e a defesa do multilateralismo, do desenvolvimento sustentável, dos direitos humanos e da paz. O texto destacou que o ex-presidente ampliou a cooperação com diversos países da América Latina, África e Ásia, participou da fundação do NDB em 2014 e teve presença decisiva no Acordo de Paris sobre meio ambiente em 2015.
desafios
De acordo com especialistas ouvidos pelo Agência Brasilo futuro presidente do Banco do Brics terá a oportunidade de ampliar a inserção internacional na instituição, mas enfrentará dois grandes desafios: promover projetos ligados ao meio ambiente e contornar o impacto geopolítico da retaliação ocidental contra a Rússia, um dos sócios fundadores.
Criado em dezembro de 2014 para ampliar o financiamento de projetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável nos Brics e outras economias emergentes, o NDB tem atualmente cerca de US$ 32 bilhões em projetos aprovados. Desse total, cerca de US$ 4 bilhões são investidos no Brasil, principalmente em projetos rodoviários e portuários.
Em 2021, o Banco dos Brics contou com a adesão dos seguintes países: Bangladesh, Egito, Emirados Árabes Unidos e Uruguai.