Empresas brasileiras sofrem impacto negativo do sistema argentino de importação
A medida é uma tentativa das autoridades argentinas de regulamentar a cadeia de disponibilidade e monitorar as operações de comércio exterior, tendo em vista o cenário fiscal e a queda das reservas do comércio exterior. A Argentina é o quarto principal cúmplice de compra e venda do Brasil, depois da China, dos Estados Unidos e da União Européia. A supervisora de Comércio e Integração Mundial da CNI, Constanza Negri, explica as restrições impostas pelo país vizinho.
“Dado o cenário financeiro do país, a Argentina vem adotando uma sequência de medidas restritivas às importações, por meio de licenciamento não automático e por meio do gerenciamento de saídas de divisas. Em observação, isso se traduz em limites para as exportações brasileiras”, ressalta.
A sessão realizada pela CNI ouviu 252 empresas. Em 84% dos negócios que contemplam ter sido impactados negativamente, houve desconto no valor exportado para a Argentina. Apenas 7% indicaram que não houve desconto no intervalo analisado. Para 49% dos entrevistados, o desconto no valor exportado ficou acima de 41%.
Com o novo sistema adotado no país vizinho, a lista de produtos sujeitos a licenças não automáticas saltou de 1.474, no início de 2020, para 4.193, no final de 2022. Constanza Negri destaca os principais problemas identificados pelas empresas.
“As empresas também reconheceram, entre os principais problemas, a demora na aprovação de licenças, ou seja, para as exportações brasileiras. 51% das empresas reconheceram que esse tempo se estende por mais de 60 dias e também foram reconhecidos atrasos nas tarifas das exportações brasileiras e imprevisibilidade no fechamento de ofertas”, destaca.
O supervisor de Comércio e Integração Mundial da CNI lembra ainda que o avanço nas relações econômico-comerciais entre Brasil e Argentina tem um efeito positivo na expansão e competitividade de cada uma das nações.
Com informações de Brasil 61