Entidades do agro pedem revisão do protocolo sanitário, após China retomar compra de carnes

A China é o principal destino de férias da carne bovina brasileira, respondendo por 60% dos embarques totais para o exterior. A nação asiática não comprava proteína brasileira desde 22 de fevereiro, quando foi detectado um caso atípico de mal da vaca louca em uma pequena propriedade no município de Marabá, no Pará. Com o caso da “doença da vaca louca”, o Brasil decidiu o auto-embargo dos embarques para o mercado de língua chinesa, como rege o acordo comercial entre as 2 nações.

E após reunião com a delegação brasileira, em Pequim, as autoridades de língua chinesa decidiram suspender o embargo à carne bovina brasileira. A volta das exportações de proteínas para a China foi apresentada pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, de imediato do país de língua chinesa, onde se reúne com uma delegação composta por mais de 100 empresários do setor agropecuário. Em resposta a ele, a decisão foi confirmada por autoridades de saúde do país asiático.

“Isso já era previsto há alguns dias”, disse Fávaro. “Preciso agradecer aos pecuaristas brasileiros, que acreditam em nosso sistema. Isso nos dá credibilidade no mercado mundial”, acrescentou o ministro. O titular do Mapa agradeceu ainda ao governo federal da China, ao presidente Lula, aos técnicos da pasta e ao governo federal do Pará, que, baseado nele, foi rápido e claro ao falar do caso da “doença da vaca louca”.

A retomada das exportações de carne bovina para a China já era aguardada pelo mercado. A expectativa, aliás, era de que o embargo só fosse levantado no dia 28 de março. “As exportações para a China são muito importantes para o Brasil, algo em torno de US$ 8 bilhões por ano”, identificou o ministro do ministério. A suspensão das compras de carne bovina brasileira pela China durou exatamente um mês. Intervalo que pode ser considerado longo o suficiente para replicar na eficiência das exportações do produto.

Exportações de produtos do agronegócio atingem US$ 9,9 bilhões em fevereiro

Francisco Olavo de Castro, presidente da Taxa Nacional de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), diz que com a retomada das exportações, a China deve voltar a comprar grandes volumes de carne bovina brasileira. Em resposta a ele, o Brasil é o meio mais eficaz para fornecer carne bovina em escala mundial. “A China deve focar as compras aqui mesmo no mercado brasileiro e vai manter um bom ritmo de importações. O Brasil preservará discretamente a gestão mundial das exportações de carne bovina. Com muita calma”.

Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, destaca que o mercado recebeu a informação com bastante entusiasmo. “A informação de que a China voltou a comprar carne brasileira é, de fato, uma boa notícia. É bom para o mercado brasileiro. E também tivemos a notícia de que 4 modelos de refrigeração adicionais foram aprovados para exportação para a China. Agora o que fica na negociação é essa delegação que está aí na Ásia aproveitar para tentar renegociar esse protocolo de bem-estar que foi assinado com a China em 2015. E até tentar avaliar esse protocolo para não aguentarmos lesão tão grave como essa em circunstâncias atípicas que pouco interferem na cadeia produtiva e que não representam perigos”, enfatiza o analista.

protocolo de bem estar

O atual protocolo de bem-estar entre Brasil e China foi assinado em 2015 pela então Ministra da Agricultura, Kátia Abreu. O documento afirma que, no caso de um caso confirmado, mesmo que atípico, as exportações de carne bovina devem ser interrompidas automaticamente. Em resposta ao ministro Fávaro, o protocolo também exige muita transparência.

A necessidade de substituir o protocolo de bem-estar pela nação de língua chinesa teve repercussões no setor agrícola. Francisco Olavo de Castro comenta que, assim como o Mapa aplica roboticamente um embargo excessivo ao menor caso de suspeita, o setor adoraria replicar com as autoridades de língua chinesa para manter a reabertura automatizada também.

“Assim que for confirmado em laboratórios oficiais em todo o mundo que é uma doença típica e que não contém nenhum perigo para a nação de língua chinesa, para o Brasil, para os habitantes normalmente, nem para os animais, que a reabertura seja realizada saiu e que autorizou o carregamento de carne para a China de forma robotizada”, defende.

O presidente da Comissão Nacional da Carne e da Carne da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), afirma que não se trata de rever o acordo, mas de fazer uma nova interpretação desse acordo.

“Não há nenhum perigo em nenhum aspecto e o perigo de uma vaca louca atípica é zero para o bem-estar humano. Assim conseguimos prever essa reabertura automatizada. O que pedimos é o que o fazendeiro deseja. O que não podemos é ficar inseguros sobre quando o mercado reabre, pois pode ficar fechado por 20 dias ou 4 meses. Essa incerteza gera uma série de prejuízos ao pecuarista que não consegue se programar e o exercício se torna cada vez mais insustentável”, finalizou.

Em seu site, a Sociedade Rural Brasileira (SRB) lançou ainda apoio ao pedido de revisão da proposta da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) sobre o acordo de exportação de carne entre Brasil e China.

4 nações extras reabrem o mercado para o Brasil

Quatro nações diferentes que interromperam as compras da proteína já suspenderam os embargos, diz o Ministério das Relações Exteriores (MRE) em nota, sem informar quais mercados podem ser esses. Em resposta à pasta, seis países diferentes passaram a reduzir as compras de carne bovina. São Bahrein, Cazaquistão, Catar, Irã, Rússia e Tailândia.

Com informações de Brasil 61

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