Entidades do setor produtivo e sindicatos criticam manutenção da Selic
A decisão do Banco Central (BC) de manter a taxa Selic (taxa básica de juros) em 13,75% ao ano foi criticada por entidades do setor produtivo. Eles acreditam que a medida manterá o crédito caro e atrasará a recuperação da economia.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) classificou a decisão como “errada”. Para a entidade, o cenário atual da economia indicava que o Copom deveria ter começou a reduzir a taxa Selic nesta reunião.
“A CNI espera que esse processo de redução da Selic comece na próxima reunião. A confederação entende que manter a taxa de juros é, neste momento, desnecessário para combater a inflação e apenas traz custos adicionais à atividade econômica”, destacou o comunicado. A entidade mencionou que os juros reais (descontada a inflação) estão em 7,7% ao ano, 3,7 pontos percentuais acima dos juros neutros da economia.
Em nota, a Federação das Indústrias do Rio e Janeiro (Firjan) reitera que a manutenção do elevado patamar da taxa de juros da economia (Selic), em 13,75% ao ano, impôs severos sacrifícios à atividade econômica e representou um obstáculo às condições de crédito , prejudicando os investimentos empresariais e o consumo das famílias. A federação reforça que, para que a redução da taxa Selic ocorra de forma responsável, é preciso que as incertezas no âmbito das contas públicas sejam superadas.
“A Firjan destaca que, com a intensificação das incertezas globais, torna-se urgente adotar uma forte coordenação das políticas fiscal e monetária. Não há mais espaço para atalhos. A implementação de um novo quadro fiscal e a aprovação de reformas estruturais contribuirão para ganhos de competitividade e para a adoção de medidas necessárias ao desenvolvimento econômico e social”.
central sindical
As centrais sindicais, que protestaram nos últimos dias contra os juros altos, também criticaram a decisão do Banco Central. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) repudiou a decisão. Para a entidade, a manutenção dos juros “revela uma total submissão do Copom aos interesses dos rentistas e um evidente boicote do presidente do BC aos esforços de todos e todas que trabalham pela retomada do crescimento econômico”.
A Força Sindical divulgou nota em que classifica os atuais juros como “extorsivos”, sufocando a produção, o consumo e a geração de empregos. “Mais uma vez o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central frustra os trabalhadores e se curva aos especuladores. Tragicamente, em nosso país também somos reféns dos fortíssimos interesses dos rentistas. Manter a taxa em 13,75% ao ano é um verdadeiro prêmio para os especuladores e uma extorsão para os brasileiros e o setor produtivo”, destacou a Força Sindical no texto.
Economia,Copom,CNI,Firjan,Selic,Juros,banco central