Estudo aponta déficit de R$ 331 milhões repassados pela União à saúde no Rio Grande do Sul
De acordo com a pesquisa, que já havia sido apresentada ao vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, o Rio Grande do Sul teve um gasto de R$ 331 milhões em 2022. O valor não inclui os recursos repassados pelo Ministério da Saúde ao financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS).
Em 183 municípios do Rio Grande do Sul, o teto para procedimentos de média e alta complexidade não foi suficiente para cobrir as contas com o atendimento dos munícipes. O déficit mais importante registrado foi de R$ 34 milhões, em Caxias do Sul, seguido por Santa Cruz do Sul (R$ 8,6 milhões) e Carazinho (R$ 7,2 milhões).
O economista César Lima explica que o déficit se deve a uma confluência de coisas. “Temos agora uma mesa de processo do SUS, que é a forma de pagamento dos prestadores oferecidos por cada entidade privada e não privada. Esta mesa tem sido constantemente atualizada para procedimentos especiais extras, como cirurgia cardíaca. Outro problema foi a escolha do TCU, que obrigou o Ministério da Saúde a devolver os graus do teto de média-alta complexidade e da primeira unidade de saúde aos mesmos níveis de 2019”, explica.
Lima ressalta que durante a pandemia houve um processo inflacionário de medicamentos, equipamentos e materiais de saúde. Assim, os fornecedores ficaram mais caros e a capacidade de recursos úteis dos municípios diminuiu, o que gerou esse déficit. Para o economista, a evolução é para que a situação se deteriore com o tempo.
Em consonância com Lima, o Tribunal de Contas da União deveria reavaliar. “Porque apenas alguns provedores neste momento estão muito mais pressionados, sua demanda é muito melhor. Até para a síndrome pós-covid”, diz.
Ao longo da apresentação da pesquisa, a equipe da Divisão de Administração de Atendimento Especializado (DGAE) da SES também destacou a necessidade de padrões mais claros na distribuição dos ativos do MAC Roof para estados e municípios. “Todos sabem o que gostaríamos, que é fornecer fornecedores aos habitantes. Porém queremos equalização de recursos, pois neste momento mal faremos os fundamentos com os ativos que temos agora”, identificou a diretora da DGAE, Lisiane Fagundes.
Relatório da Controladoria Geral da União (CGU), de 2019, já identificava o problema, observando que, mesmo quando há aumento de procedimentos realizados, normalmente não há aumento de patrimônio. E que, quando há menos provedores, não há queda nas transferências. Da mesma forma, as transferências não baixam quando há desconto em fornecedores.
Com informações de Brasil 61