Farm eleva projeção de crescimento do PIB para 2,5% neste ano
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda elevou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) de 1,9% para 2,5%. A estimativa para a inflação caiu. As previsões constam do Boletim Macrofiscal divulgado nesta quarta-feira (17).
Segundo o Ministério da Fazenda, a revisão do crescimento foi motivada pela Aumento de 1,9% no primeiro trimestre e pela expectativa de queda dos juros no segundo semestre devido à desaceleração da inflação. A estimativa de crescimento para 2024 foi mantida em 2,3%.
As projeções de crescimento melhoraram para todos os setores. Para a agricultura
a projeção passou de 11% para 13,2%. Para a indústria, a estimativa passou de 0,5% para 0,8%, enquanto a projeção para serviços passou de 1,3% para 1,7%.
No início do mês, o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, anunciou que a projeção para o PIB deste ano ficaria entre 2,5% e 3%. Na ocasião, ele destacou que, no início do ano, o mercado financeiro previa expansão de apenas 1% para a economia brasileira neste ano.
Inflação
A projeção de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 5,58% para 4,85%. A estimativa está acima da meta de inflação para o ano, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o limite superior é de 4,75%. Para 2024, a estimativa caiu de 3,63% para 3,3%.
Segundo a SPE, a expectativa de inflação para 2023 foi revisada para baixo com base na forte desaceleração do IPCA em abril e maio. Também contribuiu para a queda da projeção o reajuste autorizado do plano de saúde, que ficou um pouco abaixo do projetado; a redução dos preços da gasolina, do gasóleo e do gás de botija nas refinarias; e revisões nas tarifas de energia elétrica residencial e ônibus urbanos.
Para 2024, a projeção mais baixa reflete a queda do dólar para menos de R$ 5, a queda no preço das commodities (bens primários com cotação internacional), além dos reajustes menores previstos para os preços monitorados. Segundo a SPE, a revisão para o próximo ano ocorreu tanto pela desinflação esperada para 2023 quanto pelas condições projetadas para a demanda externa.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para fixar o salário mínimo e as aposentadorias corretas, deve encerrar este ano com variação de 4,48%, segundo a previsão da SPE, ante 5,34% previstos no boletim anterior, divulgado em maio. A projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que inclui o setor atacadista, o custo da construção civil e o consumidor final, caiu de 2,06% de inflação para 2,21% de deflação.
médio prazo
Após a melhora das projeções para este ano, a SPE espera uma leve desaceleração para 2024. Segundo a agência, isso ocorrerá devido à queda da demanda internacional, que fará o Brasil exportar um pouco menos, e devido ao menor crescimento projetado para o setor agrícola, que se acomodará no ano que vem após crescer mais de 10% este ano.
Mesmo com a desaceleração, o SPF projeta que o crescimento do PIB será melhor distribuído pelos setores da economia em 2024, com indústria e serviços melhorando em relação a este ano. “Esses setores devem se beneficiar da melhora do ambiente de negócios e da redução das incertezas decorrentes da aprovação das reformas fiscal e tributária”, destacou o relatório.
Outro fator que impedirá uma desaceleração maior no próximo ano será a recuperação da demanda doméstica. O consumo será impulsionado pela queda dos juros e pela adoção de medidas de estímulo, como o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e políticas sociais.
“O consumo e o investimento devem ganhar novo fôlego com a redução dos juros e da inadimplência e com o novo PAC, focado na transformação de energia. A redução da desigualdade, decorrente de políticas que valorizam o salário mínimo e a igualdade salarial entre mulheres e homens, o novo Bolsa Família e o programa Minha Casa, Minha Vida também devem ajudar a aumentar a absorção doméstica, garantindo um crescimento sustentável e inclusivo”, concluiu a SPE.