Governo encerra programa de descontos para carros leves

Governo encerra programa de descontos para carros leves

O governo encerrou, nesta sexta-feira (7), o programa de incentivo à compra de veículos com a liberação de todos os recursos disponíveis para carros leves. Segundo balanço do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), foram vendidos 125 mil carros com descontos entre R$ 2 mil e R$ 8 mil, ou 1,7% e 11,7%.
“Tivemos casos de redução de valor muito maior, 14%, 16% a 21%. Isso por conta da iniciativa privada, montadoras e concessionárias. E foi muito positivo porque o desconto era para carros de até R$ 120 mil, mas acima de R$ 120 mil também aumentou as vendas porque despertou interesse”, disse o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin , ao apresentar os números do programa.

Segundo ele, nove montadoras participaram com a venda de 117 modelos de carros. Na última semana de junho, foi registrada a maior venda dos últimos 10 anos. O recorde da história da indústria automobilística foi atingido em 30 de junho, quando foram licenciados 27 mil veículos.

“Se você pegar o pico da indústria automobilística, foi uma produção de 3,8 milhões de veículos. Esse foi o auge. Hoje, a produção é de 2,3 milhões. Nem nesse período, não houve um dia que vendeu, que registrou 27 mil veículos”, destacou.

Foram liberados R$ 650 milhões dos R$ 800 milhões disponíveis para veículos leves. Segundo o MDIC, os R$ 150 milhões restantes compensarão a perda de arrecadação causada por descontos no preço final.

Já para caminhões, vans e ônibus, o programa continua em vigor. O prazo é de quatro meses ou até o esgotamento dos créditos tributários. Está prevista a aplicação de R$ 700 milhões para a venda de caminhões e R$ 300 milhões para vans e ônibus, dos quais R$ 100 milhões e R$ 140 milhões, respectivamente, já foram utilizados.

Para Alckmin, a utilização dos créditos para veículos pesados ​​demora mais porque o programa visa a renovação da frota e há atraso na retirada dos veículos antigos pelas secretarias de Trânsito dos estados. “Falei com o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) e ele se encarregou de conversar com todos os Detrans”, disse Alckmin.

créditos fiscais

O programa de renovação da frota é financiado por meio de créditos tributários, descontos concedidos pelo governo às montadoras no pagamento de impostos futuros, totalizando R$ 1,8 bilhão. Em troca, a indústria automobilística se comprometeu a repassar a diferença ao consumidor.

Para compensar a perda de receita, o governo pretende reverter parcialmente a isenção do diesel que vigoraria até o final do ano. Dos R$ 0,35 do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) atualmente zerados, R$ 0,11 será reembolsado em setembro, após 90 dias, prazo determinado pela Constituição para o aumento das contribuições federais. Com a reconstituição, a alíquota sobe para R$ 0,14 em outubro.

Foto de © Rovena Rosa/Agência Brasil
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