Governo federal reajusta em 9% os salários dos servidores públicos

Governo federal reajusta em 9% os salários dos servidores públicos
Governo federal reajusta em 9% os salários dos servidores públicos

Os servidores do Poder Executivo Federal ter salários reajustados, linearmente, em 9%. O auxílio-refeição aumentou 43,6%, equivalente a R$ 200, passando dos atuais R$ 458 para R$ 658. Os aumentos entram em vigor no dia 1º de maio, Dia do Trabalho.
O termo de acordo (nº 1/2023) foi assinado em evento, na manhã desta sexta-feira(24), em Brasília, após os servidores federações aceitam proposta de reajusteno dia 17.

A Ministra da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos, Esther Dweck, explicou porque é que o reajuste da ajuda alimentar não foi ainda maior.

“No caso do auxílio alimentação, há um travamento na Lei de Diretrizes Orçamentárias, onde só é possível reajustar um valor considerando a inflação acumulada. Sabemos que ainda existe uma lacuna em relação aos demais poderes, mas é um momento significativo para quem há muito tempo não reajusta o benefício. É dinheiro que chega, principalmente, para quem ganha menos.”

O custo estimado dos reajustes aos cofres públicos será de R$ 11,2 bilhões e, para garantir o pagamento dos reajustes, o governo federal enviará ao Congresso Nacional projeto de lei para alterar o Orçamento Geral da União para 2023. O secretário de Gestão de Pessoas e Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça, relembrou a negociação.

“Conseguimos chegar a esse acordo com as entidades representativas dos servidores públicos federais, em três rodadas. Ninguém sai de um negócio 100% satisfeito, nem para um lado nem para o outro. Então, esse era o acordo possível dado o orçamento disponível no final de 2022.”

O secretário-geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, comemorou o retorno da Mesa Permanente de Negociação Nacional, encerrada em 2016.

“São seis anos de total ausência de diálogo e negociação. O novo momento vai exigir de nós muita responsabilidade, paciência, diálogo para cumprir nossa missão de reconstruir o país”.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, também funcionária pública de carreira, participou hoje do evento. Ela destacou que as mulheres representam 70% dos funcionários da área da saúde e também defendeu a discussão do pagamento do Piso Nacional de Enfermagem para enfermeiros e técnicos de enfermagem.

Brasília (DF), 24 de março de 2023 - A ministra da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos, Esther Dweck, durante a assinatura com as entidades representativas dos servidores públicos, assinou acordo salarial.  Foto: José Cruz/Agência Brasil
Esther Dweck durante a assinatura de acordo salarial com as entidades representativas dos servidores públicos – José Cruz/Agência Brasil

Servidores

A solenidade também contou com a presença de entidades representativas dos servidores públicos, que comemoram a retomada do diálogo entre o governo federal e os servidores públicos.

O presidente do Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, definiu o processo de negociação salarial como “o mais rápido da história do Serviço Público Federal”.

“Esta rodada marcou a retomada do diálogo com o serviço público brasileiro, a retomada da civilidade nas relações trabalhistas, o diálogo e o respeito aos 12 milhões de servidores públicos brasileiros ativos, aposentados e pensionistas.”

A deputada central intersindical Helenira Vilela iniciou seu discurso citando Bruno Pereira, funcionário de carreira da Fundação Nacional do Índio (Funai), assassinado em junho de 2022, no Vale do Javari: “Bruno está presente! Hsuco é sempre.”

Ela cobrou a regulamentação da Convenção 151, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata do direito de sindicalização dos trabalhadores da administração pública.

“Precisamos avançar na regulamentação da possibilidade de negociação coletiva dos servidores públicos. Porque a gente tem que fazer greve até para conquistar o direito de negociar”.

Pelo acordo firmado, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos também vai pedir ao Congresso Nacional a retirada da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/2020, que trata da reforma administrativa com previsão de mudanças nas regras para futuras decisões civis funcionários públicos e para organizar a administração pública.

A presidente do Sindicato Nacional dos Professores das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), Rivânia Moura, se posicionou contra a PEC 32 e já antecipou a discussão da tabela salarial de 2024.

“É fundamental não submeter essa agenda ao ajuste fiscal, à âncora fiscal ou ao que quer que determine o limite fiscal para o próximo período. Não podemos ficar reféns do ajuste fiscal”, disse Rivânia, acrescentando: “sem nós o Estado não funciona. Somos nós que servimos a população dos mais diversos cantos do nosso país”.

Foto de © Arquivo/Agência Brasil
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