GT deve apresentar revisão da legislação trabalhista no 1º semestre

GT deve apresentar revisão da legislação trabalhista no 1º semestre

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou nesta segunda-feira (8), em entrevista ao Agência Brasil, que o governo pretende apresentar novas propostas de revisão da legislação trabalhista vigente até o final deste semestre. A expectativa é que, no segundo semestre, essas propostas sejam encaminhadas para votação no Congresso Nacional.
As revisões, explicou o ministro, estão a ser discutidas em grupos de trabalho tripartidos, com a participação do governo, trabalhadores e empregadores. No próximo dia 23, por exemplo, empresários e representantes dos trabalhadores se reunirão para definir datas e prioridades para os grupos.

“É nessa reunião do dia 23 que serão definidas as metas de quanto tempo o grupo pretende cumprir essa tarefa de construir os textos a serem encaminhados ao Congresso. Mas ouço líderes empresariais e sindicais dizerem que é desejável concluir isso ainda no primeiro semestre”, disse Marinho. “Não é uma tarefa fácil, mas é o objetivo que estão traçando e com o qual estamos de pleno acordo”.

Segundo ele, o governo tem procurado ser apenas um intermediário nessa comissão tripartite, deixando as propostas para serem construídas pelos partidos: “é um grupo tripartite, formado por empresários, trabalhadores e sob a coordenação do governo. O objetivo do governo é mais coordenar as partes, provocar, para que as partes construam um entendimento. É evidente que o governo tem um posicionamento, mas queremos que os partidos construam esse entendimento porque com certeza isso será melhor para o trâmite no Congresso Nacional”.

Na tarde de hoje, o ministro participou do 11º Congresso Nacional dos Metalúrgicos e Metalúrgicas da Central Única dos Trabalhadores (CNM/CUT), que vai até a próxima quinta-feira (11), em um hotel de Guarulhos (SP). Com o tema Reconstruindo o Brasil de Forma Sustentável e Humanitária com Trabalho Decente, Soberania, Renda e Direitos, o congresso pretende debater temas relacionados, principalmente, ao trabalho e à indústria.

Durante o evento, o ministro comentou sobre a necessidade de regulamentar as plataformas de aplicativos no Brasil, como Uber, Ifood e 99.

“Fico me perguntando qual é o papel das novas tecnologias, com as inovações tecnológicas. É fundamental, é importante e é preciso aprimorar sempre as novas tecnologias. Eles são muito bem-vindos. Mas imagino que quando falávamos de novos caminhos, novos mecanismos e novas tecnologias, era para criar melhores condições de vida para a população de todo o mundo, o que serviria para acabar com a fome e a miséria. E não que as novas tecnologias sirvam para explorar ainda mais os trabalhadores”, disse Marinho.

“O que as famosas plataformas estão fazendo no Brasil e no mundo é transformar os trabalhadores quase em escravos dos algoritmos. Precisamos reagir para criar condições em que os trabalhadores das plataformas sejam respeitados”, acrescentou, durante o evento.

Após fazer um discurso e responder a perguntas dos participantes, o ministro conversou com o Agência Brasil. Ele voltou a falar sobre regulamentação de aplicativos. Segundo ele, esse tema também já foi discutido em reuniões de trabalhadores e representantes dessas empresas e a ideia é que uma proposta também seja construída pelas partes.

“Acho mais difícil cumprir esse prazo (de entrega da proposta) no primeiro semestre. Mas seria desejável. Isso também vai depender do amadurecimento das partes. O que eu espero é que os empregadores venham à mesa com vistas à construção”, disse Marinho. “É desejável que, o quanto antes, essas propostas sejam construídas para que possam ser submetidas ao Congresso, que terá a palavra final”, afirmou.

Foto de © Marcelo Camargo/Agência Brasil
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