Haddad acredita em votação de projetos ainda nesta semana

Haddad acredita em votação de projetos ainda nesta semana

Apesar dos atrasos na votação da reforma tributária, que só começou a ser votada na tarde desta quinta-feira (6), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse acreditar que é possível que a Câmara dos Deputados vote até esta sexta-feira (7). todos os projetos de interesse do governo. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, promove um esforço concentrado para votar nesta semana a reforma, o novo marco fiscal e o projeto que restabelece o voto de qualidade do governo no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
“Acredito que é possível votar agora. É o presidente (Artur Lira) e os dirigentes (dos partidos) que têm de ver por arregimentação se tudo cabe em dois dias, mas até a ideia de colocar votação virtual para quem eventualmente já tinha agendado o regresso ao sua base, poder voltar de onde estiver, acho que favorece a possibilidade de votar”, disse Haddad ao retornar ao Ministério da Fazenda.

No início da tarde, Lira mudou a regra de registro de presença de parlamentares e liberou votação remota em plenário. A mudança visa facilitar a aprovação de projetos. Em entrevista coletiva, o presidente da Câmara descartou a possibilidade de adiar a votação da reforma tributária, que começou a ser votada às 18h no plenário da Casa.

No início da tarde, Haddad se reuniu por quase duas horas com Arthur Lira na residência oficial do prefeito. Depois foi para o Palácio do Planalto, onde também ficou por quase duas horas.

Embora tenha demonstrado confiança na aprovação da reforma tributária e dos dois projetos de interesse do governo, Haddad disse que eventuais atrasos, principalmente no novo quadro fiscal, podem resultar em prejuízos na elaboração do Orçamento de 2024, que precisa ser enviado ao Congresso até 31 de agosto.

“Há sempre algum (riscos de perda), porque estamos a preparar o Orçamento. Você não entrega o Orçamento no dia 30 de agosto, começando a elaborar no dia 10 de agosto. Você não faz um Orçamento em 20 dias. Então, a aprovação do arcabouço fiscal e do CARF ajuda a distribuir as cotas aos ministérios, uma série de procedimentos administrativos mais sólidos com as peças já aprovadas”, declarou o ministro.

Haddad voltou a se mostrar confiante em relação às votações desta semana e disse que os textos provavelmente passarão com margem semelhante à da primeira votação do quadro fiscal, aprovada em maio por 372 votos a 108. “Temos obtido muito sucesso na Nas votações, ultrapassamos os 350 votos, aproximando-nos dos 400. Não creio que seja diferente nestes três casos”, declarou.

projeto de país

O ministro reiterou que a reforma tributária não é assunto do governo, mas uma questão que definirá o futuro do país para as próximas gerações. Foi com esse espírito, destacou Haddad, que ocorreu o encontro desta quarta-feira (05) com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

“Quando um governador vem aqui defender a reforma tributária, ele não está defendendo um partido ou um governo. Ele está defendendo um projeto de país. Então, temos que despolarizar o debate. Tenho visto manifestações, de ambos os lados, acusando o governador. Ele não tem nada a ver com o governo, mas com o país. Reforma tributária não é Fla-Flu. O último foi feito há 58 anos”, observou.

Carf

Sobre o projeto que altera as votações no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), Haddad voltou a dizer que a aprovação é segura, apesar da resistência de segmentos do grupo ruralista. O ministro disse que conversou esta tarde com o presidente da Frente Parlamentar da Agricultura, Pedro Lupion (PP-PR), e recebeu garantias de que o agronegócio aceita aprovar projetos de interesse do governo.

“O texto é fechado com ampla margem de apoio. Sem problemas, nós acertamos. Quando você aperta a mão (de um parlamentar), acabou. Ele apertou a mão, foi parar na política, não tem como voltar atrás”, disse Haddad. Ele classificou o trabalho do relator do projeto do Carf, Beto Pereira (PSDB-MS), como excelente.

Foto de © José Cruz/ Agência Brasil
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