ICEI aponta confiança em 17 setores da indústria em março de 2023
De acordo com a metodologia utilizada dentro do ICEI, valores acima de 50 fatores apontam crença e abaixo apontam desconfiança. A pesquisa consultou 1.991 empresas – 795 pequenas, 704 médias e 492 grandes.
De acordo com o ICEI, as pequenas empresas registraram a queda de confiança mais importante: 1,1, e ficaram em 48,5 fatores. Entre as médias e grandes empresas, a menor foi de 0,3 fator. As empresas médias também confirmaram uma insegurança: 49,4 pontos. Já os maciços apresentam confiança, com índice de 51,7 fatores. De acordo com o supervisor de avaliação financeira da CNI, Marcelo Azevedo, a desconfiança está ligada a um estado de incertezas.
“A incerteza continua excessiva, o que impede o empresário de se sentir seguro o suficiente para uma constante elevação da confiança. Numa conjuntura como esta, é natural que os empresários indiquem avaliações difusas das situações presentes e das suas expectativas, decorrendo desta evolução de crenças diferenciadas entre setores”, diz.
Na divisão regional do Brasil, o ICEI significa que apenas o Sul do país registrou alta (0,9). Apesar da expansão, o índice ficou em 47,2 pontos, o que mostra uma insegurança por parte dos empresários da região. As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste tiveram queda no indicador, mas continuam acima da linha divisória de 50 pontos, o que significa que os empresários seguem tranquilos. No Sudeste, houve queda de 0,5 e a região registrou 49,8 pontos, o que significa que não há confiança e nem falta de confiança intensa ou generalizada.
Para o economista Hugo Garbe, a confiança do empresário comercial é primordial para a forma de geração de empregos e ganhos tecnológicos no Brasil. Ele defende a aprovação de uma reforma tributária “profunda” para a evolução do sistema financeiro brasileiro.
“Quando o empresário se sente seguro, ele está mais propenso a fazer investimentos do que o normal, então essa propensão a especular faz com que ele abra mais vagas de emprego. Para valorizar o comércio brasileiro, a ousadia dos empresários e industriais brasileiros, é fundamental começar por uma reforma tributária mais profunda”, ressalta.
Hugo Garbe aponta para o desastre entre o governo federal e o Banco Central como a principal causa da queda de confiança. Ele argumenta que é fundamental estabilizar o cenário político para que os empresários realmente se sintam mais seguros para especular.
“A queda na confiança dos empresários brasileiros se deve primeiro a uma situação política beligerante, onde agora temos o governo federal em uma crise com o Banco Central, mais centrado nas taxas de juros. Passa pela incerteza, o que pode ser muito prejudicial para o sistema financeiro porque o empresário se torna míope. Ele não consegue enxergar no longo prazo qual é uma das melhores resoluções, se deve ou não fazer investimentos”, ressalta.
Com informações de Brasil 61