Indicador de Emprego Anterior avança e chega a 76,4 pontos
O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) avançou 1,7 ponto em março, atingindo 76,4 pontos. Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), que calcula o indicador, esse é o maior patamar desde outubro do ano passado, quando atingiu 79,8 pontos. Nas médias móveis trimestrais, o IAEmp subiu 0,6 ponto, atingindo 75,0 pontos.
Dentre os sete componentes do IAEmp, quatro contribuíram positivamente para o desempenho do indicador em março. De acordo com o Ibre, os destaques foram os indicadores Tendência dos Negócios e Emprego Esperado na Indústria, que contribuíram com 1,4 e 1,0 pontos.
Em sentido inverso, com queda de 0,7 ponto, o Indicador de Previsão de Emprego em Serviços e o Indicador de Situação Atual dos Negócios na Indústria, que recuaram 0,5 ponto, foram os piores resultados.
Para Rodolpho Tobler, economista do Ibre, o que se observa é que, de fato, houve uma melhora em fevereiro e março, mas ainda há certa cautela.
“Por mais que tenha sido essa melhora, ainda é insuficiente para cobrir o que se perdeu na virada de 2022 para 2023, que teve um recuo muito maior do que essas altas que temos agora e não foram tão generalizadas. É um ou outro setor ou segmento, que mostra algum tipo de reação, mas que ainda parece estar mais ligado a alguma acomodação ou correção, redução do pessimismo que se sentia na virada do ano”, explicou à Agência Brasil.
Cenário em análise
Segundo Tobler, o cenário ainda não é totalmente favorável, embora o indicador tenha parado de cair. Ele disse que a expectativa não é que as coisas melhorem agora e voltem a uma trajetória bastante favorável como ocorreu em meados de 2022.
“Agora, tem meses que ele (indicador) oscila e fica um pouco nesse patamar baixo. É o cenário que observamos e muito porque o mercado de trabalho tem sido influenciado pela atividade econômica. A pandemia parece cada vez mais fora do radar. O que vai ditar o ritmo de recuperação do mercado de trabalho será a atividade econômica. Com esse ambiente macroeconômico em que vivemos hoje com juros ainda muito altos, inflação com dificuldade de desacelerar mais fortemente, consumidores ainda muito cautelosos e com muito endividamento, todas essas questões que envolvem o ambiente macroeconômico ainda muito desafiador acabam influenciando o mercado de trabalho”, observou.
Sobre o resultado de abril, Tobler acrescentou que, mesmo que o mês tenha resultado positivo, não deve ser nada comparável aos níveis de meados de 2022. “Pode haver algo muito marginal, mas nada que recupere aquele patamar que o já tivemos no ano passado. A expectativa ainda é meio cautelosa ”, observou ela.
movimentos de mercado
Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, o Indicador de Emprego Antecedente tem como objetivo antecipar os principais movimentos do mercado de trabalho no Brasil, considerando dados extraídos das Pesquisas de Empresas e Consumidores produzidas pelo FGV/Ibre.
“Os dados referentes às expectativas em relação ao mercado de trabalho são retirados da Sondagem do Consumidor, enquanto os dados relativos à expectativa de emprego, à situação atual dos negócios e às tendências dos negócios são retirados da Sondagem da Indústria e da Sondagem de Serviços individualmente. ” estressado.
Segundo a FGV/Ibre, o tema emprego da Sondagem do Consumidor inclui perguntas sobre a situação atual e futura do mercado de trabalho, revelando suas expectativas para os próximos meses em relação ao mercado de trabalho da cidade onde você mora.
O IAEmp também considera seis séries da Pesquisa Empresarial, três da Pesquisa da Indústria e três da Pesquisa de Serviços.
A Sondagem da Sondagem da Indústria de Transformação também analisa questões que tratam do presente e do futuro próximo, com dados agregados de 21 gêneros industriais. A pesquisa da Pesquisa do Setor de Serviços avalia dados de todos os setores de serviços, excluindo governo, educação continuada e atividades de saúde, setor financeiro e comércio.