Índice de Confiança da Construção cai 0,3 ponto no país
O Índice de Confiança da Construção (ICST) não apresentou variação em março e ficou em 94,4 pontos, nível de pessimismo moderado. Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 0,3 ponto. Foi divulgado nesta terça-feira (28), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
Segundo a coordenadora de Projetos de Construção do Ibre/FGV, Ana Maria Castelo, pelo segundo mês, as perspectivas de demanda para os próximos meses melhoraram. Ela destacou que uma percepção mais negativa sobre a tendência do ambiente de negócios contaminou o indicador de expectativas, que fechou o primeiro trimestre sem recuperar a queda recente, apontando para um pessimismo moderado no setor.
“Conforme já observado em fevereiro, o ritmo da atividade sinaliza desaceleração – o indicador de evolução recente encerrou o trimestre em trajetória de queda. Assim, as empresas também indicam menor intenção de contratar. No entanto, a limitação dada pelas dificuldades na contratação de mão de obra qualificada vem aumentando e atingiu o maior patamar de marcas desde março de 2015, sinal de que o ciclo de crescimento não se inverteu”, avaliou, em nota, Ana Maria.
variações opostas
Segundo a FGV, a estabilidade do índice decorre das variações opostas dos dois componentes do índice. “O Índice de Situação Atual do Índice de Confiança da Construção (ISA-CST) subiu 0,3 ponto, para 93,7 pontos, após quatro meses consecutivos de queda. O aumento do ISA-CST deve-se exclusivamente à melhora na percepção dos empresários quanto ao indicador situação atual dos negócios, que aumentou 0,5 ponto, para 92,2 pontos. O indicador da carteira de contratos ficou estável, passando de -0,1 ponto para 95,2 pontos, menor patamar desde março do ano passado (94,4 pontos)”, informa o estudo.
O Índice de Expectativas (IE-CST) recuou 0,3 ponto, para 95,3 pontos, mantendo-se relativamente estável após a alta registrada no mês anterior. A queda do IE-CST foi influenciada pelo indicador que mede a evolução dos negócios para os próximos meses, que recuou 1,4 ponto, para 92,3 pontos. O indicador de demanda projetada subiu 0,9 ponto, atingindo 98,3 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade Construtiva (Nuci) aumentou 0,2 ponto percentual (pp), para 77,9%. O Nuci da Mão-de-obra ficou estável com variação de -0,1 pp, para 78,9%, enquanto o Nuci de Máquinas e Equipamentos subiu 1,7 pp, para 73,6%.
acesso ao crédito
Para 2023, o mercado financeiro projeta queda na concessão de crédito imobiliário. “Taxas mais altas e condições de contratação mais rígidas representam um ambiente mais adverso para compradores e empresas. Nos últimos dois meses, de fato, houve um pequeno aumento no número de comentários sobre o acesso ao crédito bancário como fator limitante dos negócios, mas ainda longe de configurar uma ameaça ao ciclo econômico recente”, informou o Ibre/FGV.