Indústria brasileira cresce 1,1% em março após duas quedas consecutivas
A produção industrial brasileira aumentou 1,1% em março deste ano, em relação ao mês anterior. A alta ocorreu após duas quedas consecutivas (em janeiro e fevereiro) e um mês de estabilidade (dezembro de 2022). Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O setor também cresceu na comparação com março de 2022 (0,9%). No entanto, a produção acumula queda de 0,4% no ano e estabilidade no acumulado em 12 meses.
Na comparação com fevereiro deste ano, a indústria cresceu em 16 dos 25 segmentos pesquisados, com destaque para atividades como coque, derivados de petróleo e biocombustíveis (1,7%), máquinas e equipamentos (5,1%) e tecnologia da informação, produtos eletrônicos e ópticos ( 6,7%).
Outras influências relevantes para o crescimento do setor vieram de farmoquímicos e farmacêuticos (3,2%), outros equipamentos de transporte (4,8%), produtos químicos (0,6%), couros, artigos de viagem e calçados (2,8%) e produtos minerais não metálicos (1,2%).
Um segmento ficou estável (produtos diversos) e oito recuaram, entre eles confecção e acessórios (-4,7%), móveis (-4,3%) e produtos de metal (-1%).
Das quatro principais categorias econômicas industriais, três avançaram de fevereiro para março: bens de capital, ou seja, máquinas e equipamentos utilizados no setor produtivo (6,3%), bens intermediários, ou seja, insumos industrializados utilizados no setor produtivo (0,9% ) e bens de consumo duráveis (2,5%).
A exceção foram os bens de consumo semiduráveis e não duráveis, que caíram 0,5% no período.
Segundo o pesquisador do IBGE André Macedo, apesar da alta de março, não foi suficiente para recuperar as perdas recentes. Ele afirma que há elementos na situação do país que explicam parte das dificuldades na recuperação do setor industrial brasileiro.
“Ainda permanecem questões atuais em nosso escopo de análise, como as taxas de juros em patamares mais elevados, que dificultam o acesso ao crédito, a alta taxa de inadimplência e o maior nível de endividamento das famílias, além do grande número de pessoas fora do mercado de trabalho e o alto índice de informalidade”, disse o pesquisador, segundo nota divulgada pelo IBGE.