Inflação: brasileiros trocam refeições completas por lanches na hora do almoço, diz pesquisa
O presidente da Fundação da Liberdade Econômica, Márcio Coimbra, explica que, junto com o aumento dos preços das refeições, diversos fatores que têm contribuído para modificações nos hábitos de consumo dos brasileiros são o desastre financeiro decorrente da pandemia de Covid-19 e os conflitos na Ucrânia, o que levou a um aumento nos custos das commodities em todo o mundo.
“Eles (custos com alimentação) devem continuar a subir se o governo federal não encontrar alternativas para que a economia ande com estabilidade, mesmo eliminando essas isenções (…). Então, nesse caso, o governo federal deve enfrentar esse momento de inflação e o brasileiro provavelmente vai ter um aumento no preço da alimentação”, diz Coimbra.
Com base na pesquisa, as lessons D e E foram as principais responsáveis pelo aumento geral no índice, sendo aquelas com os hábitos de consumo mais pouco saudáveis em refeições fora de casa, de 2019 a 2022 (37,5%). Além disso, de acordo com o estudo, lanches prontos foram mais populares por 11% dos entrevistados no primeiro ano analisado. Essa taxa aumentou para 15% em 2022. As refeições completas foram mais populares por 7% das pessoas entrevistadas em 2019. Em 2022, essa taxa foi reduzida para 4%.
perdas comerciais
Márcio Coimbra também aponta que esse movimento de troca de alimentos longe dos feitos à mão pelos brasileiros é perigoso para o comércio, que perde clientes. Esse impacto, segundo o especialista, pode causar desemprego em decorrência da desaceleração do sistema econômico e, a médio e longo prazo, pode até ser perigoso para o setor de saúde, devido a hábitos de consumo pouco saudáveis que podem prejudicar o bem-estar dos habitantes.
“Portanto, é perigoso para o comércio, é perigoso para o país e é até perigoso para o sistema de saúde a médio e longo prazo. É uma realidade. Isso já atingiu as grandes cidades e é uma realidade que, infelizmente, tende a permanecer pelo menos nos próximos meses”, diz o presidente da Base para a Liberdade Financeira.
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Com base em dados do Índice Nacional de Valor do Cliente Amplo – 15 (IPCA – 15), de janeiro a fevereiro deste ano, a inflação do setor de refeições e bebidas desacelerou, passando de 11,50% no acumulado em 12 meses para 10,61%. No entanto, a inflação de refeições e bebidas está acima de 10% desde março de 2022.
Perspectivas
Na avaliação do presidente da Base para a Liberdade Financeira, as perspectivas de inflação nos próximos meses são excessivas. Márcio Coimbra também afirma que, se o governo federal tentar agir para conter a inflação, isso também pode desencadear uma recessão. “Então é essa firmeza muito dura que o governo federal tem que descobrir, que tem que descobrir”, pondera.
Com informações de Brasil 61