Inflação desacelera em seis das sete capitais pesquisadas pelo FGV IBRE IPC-S

Inflação desacelera em seis das sete capitais pesquisadas pelo FGV IBRE IPC-S
O IPC-S (Índice de Valor do Cliente Semanal) desacelerou em seis das sete capitais pesquisadas, na segunda medição realizada em abril – apesar do acúmulo de 3,46% nos custos nos últimos 12 meses. Os dados são do Instituto Brasileiro de Economia da Base Getúlio Vargas (FGV IBRE). Na primeira medição de abril, o índice havia registrado alta de 0,70% na inflação e agora, na segunda medição do mês, registra 0,52%.

De acordo com o Instituto, Recife foi a capital pesquisada que apresentou queda no indicador de valor, enquanto Rio de Janeiro e Porto Alegre apresentaram as melhores variações otimistas. O IPC-S também foi pesquisado em Brasília, Belo Horizonte, Salvador e São Paulo. Foram pesquisados ​​os custos de 9 classes de mercadorias consumidas pelos brasileiros: “Alimentação”, “Moradia”, “Vestuário”, “Bem-estar e Cuidados Privados”, “Escola”, “Estudo e Lazer”, “Transporte”, “Comunicação ” e “Contas Diversas”.

Para o professor de economia do Ibmec Brasília, Renan Silva, a queda na carga inflacionária se deve à queda no exercício financeiro, precipitada principalmente pela taxa de juros praticada pelo Banco Central e pelo endividamento excessivo das famílias. Esses dois componentes, de acordo com ele, impediram que os custos continuassem a avançar no ritmo que estavam anteriormente.

Dívida e curiosidade

“Temos agora a noção de que a cobertura financeira está definitivamente cumprindo seus objetivos, no sentido de controlar a inflação”, declarou Renan Silva, acrescentando que, ao mesmo tempo, percebe-se um desconto em curso, por meio desses indicadores de inflação. “A desaceleração pode ser também pelo excessivo grau de endividamento familiar, que está em patamares de reporte, contribuindo para diminuir o exercício financeiro”, enfatiza o professor.

Gasolina

O coordenador dos Índices de Valor do FGV IBRE, André Braz, explica que o IPC-S registrou que o preço da gasolina vem se estabilizando desde o mês passado. O especialista lembra que a gasolina foi a mercadoria que respondeu por metade da inflação em março, por causa da volta da arrecadação de impostos federais, que havia sido suspensa pelo governo federal, em 2022.

“Agora, nos cálculos de inflação de abril, esse aumento na gasolina registrado no mês passado está perdendo força, os custos estão mais estáveis. Como a gasolina está relacionada à sociedade como um todo, a estabilidade em seu valor ajuda a reduzir as pressões inflacionárias, mas não significa que a inflação caiu”, analisa.

Medicação

O impacto do reajuste dos remédios, em torno de 5,5%, não foi tão robusto neste mês de abril por causa da estabilização do valor da gasolina, em linha com o coordenador dos Índices de Valor do FGV IBRE. “Como o mês avança, a carga de remédios no cálculo da inflação daquele mês vai aumentar, mas não pesa tanto quanto a gasolina, o que tem favorecido a desaceleração da inflação”, esclarece Braz.

Com informações de Brasil 61

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