Líderes da Câmara se reúnem à noite para definir agenda econômica

Líderes da Câmara se reúnem à noite para definir agenda econômica
Líderes da Câmara se reúnem à noite para definir agenda econômica

O colégio de líderes da Câmara dos Deputados se reúne na noite deste domingo (2) para definir a pauta de votação da primeira semana de julho, após a reunião, que costuma acontecer às terças-feiras, ter sido antecipada pelo presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL).
Lira anunciou a antecipação nas redes sociais nesta sexta-feira (30), após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Desde meados de junho, o presidente da Câmara anuncia para a semana um esforço concentrado de votação de agendas econômicas amplas, como a reforma tributária, o arcabouço fiscal e mudanças no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

Outro tema que pode ser votado pelos deputados é a recriação do Programa de Aquisição de Alimentos (PPA). “Há uma agenda pesada na próxima semana. Muita coisa para decidir, mas a intenção é votar tudo”, disse Haddad após o encontro com Lira. Uma sessão extraordinária de deliberação já foi convocada para as 16h desta segunda-feira (3).

O primeiro tema a ser votado deve ser a proposta de retorno do voto de qualidade no Carf, tema ao qual o governo deu urgência e que atualmente bloqueia a pauta do plenário. A medida é considerada prioritária pela equipe econômica, pois abre caminho para desempates favoráveis ​​aos cofres públicos em disputas tributárias.

Na sexta-feira (30), Haddad disse acreditar que a Câmara respeitaria uma acordo firmado entre o governo e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre o assunto. Pelo entendimento, as empresas derrotadas no voto de desempate do governo ficariam isentas da multa, pagando apenas o principal da dívida e os juros. Se a empresa pagar a dívida em 90 dias, os juros também serão cancelados.

Estrutura fiscal

Divulgada a pauta, a previsão de Lira e do governo é de que o texto base da quadro fiscal. A proposta já havia sido aprovada em maio pelos deputados, mas precisará ser votada novamente porque o governo conseguiu fazer mudanças no Senado, incluindo novas isenções do limite de gastos.

Entre as mudanças está a exclusão das despesas com o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), a complementação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e as despesas com ciência, tecnologia e inovação .

A rápida tramitação do arcabouço é considerada fundamental pelo governo, pois dá previsibilidade e maior confiança ao mercado sobre a evolução dos gastos públicos. A expectativa da equipe econômica é que a medida ajude a acelerar uma possível redução dos juros pelo Banco Central e coloque o país em uma trajetória de aquecimento econômico.

reforma tributária

Há a expectativa de que o plenário da Câmara possa iniciar a votação de uma primeira etapa da reforma tributária, cujo parecer foi apresentado no final de junho pelo relator, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), após mais de quatro meses de discussão.

A principal mudança prevista no relatório será a extinção de cinco tributos: três federais; o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), administrado pelos estados; e o Imposto sobre Serviços de Prestação de Serviços (ISS), arrecadado pelos municípios. Em troca, será criado um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) duplo, dividido em duas partes. O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (IBS) unificará ICMS e ISS. A Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) será arrecadada pela União.

No entanto, há resistência dos secretários de Fazenda estaduais, alguns dos quais se reuniram com Ribeiro na última quinta-feira (29). Uma das reivindicações é o aumento de R$ 40 bilhões para R$ 75 bilhões no Fundo de Desenvolvimento Regional, que deve ser criado para compensar o fim da guerra fiscal entre as unidades da Federação.

Foto de © Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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