Medida provisória vai transformar 13 mil vagas em quase 9 mil
O governo federal vai editar uma medida provisória (MP) nesta terça-feira (18) para transformar os 13.375 cargos atualmente vagos em outros 8.935 no âmbito de 9 órgãos federais. Desses cargos, mais de 2.000 serão transformados em cargos comissionados a serem distribuídos de acordo com as necessidades da administração pública federal.
As mudanças foram anunciadas pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos. Segundo a pasta, a MP vai transformar 10.506 cargos efetivos de nível médio atualmente vagos em 6.692 cargos de nível superior. A pasta alega dificuldades no preenchimento das vagas de nível superior uma vez que as vagas estão todas ocupadas enquanto, por outro lado, restam vagas de nível médio.
“Por exemplo, o IBAMA é um órgão onde você esgotou o número de vagas para o ensino superior. Isso está acontecendo em vários corpos. Hoje, temos uma distribuição de cargos efetivos na administração pública federal muito diferente daquela exigida diante do processo de transformação digital. Precisamos de funcionários mais qualificados”, explicou a ministra da Administração, Esther Dweck.
Segundo o ministério, a digitalização dos serviços do Estado brasileiro permite que os cargos administrativos atualmente vagos sejam transformados em cargos definitivos, o que, segundo a pasta, “aumenta a capacidade do governo de prestar mais serviços públicos”.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), por exemplo, transformará 589 cargos efetivos atualmente vagos em 260. O IBAMA transformará 2.119 em 1.139 e o Ministério do Meio Ambiente reduzirá de 472 para 388 cargos. Os ministérios da Saúde, da Fazenda, da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), entre outros órgãos, também devem ter posições transformadas.
“Na verdade, haverá uma redução quantitativa em relação ao que já ocorreu na esfera federal, mas serão cargos mais qualificados. Estamos modernizando e qualificando o Estado brasileiro para prestar melhores serviços públicos”, justifica o ministro.
A pasta informou ainda que a MP não terá impacto orçamentário da União.
A ministra Esther Dweck acrescentou que outro pacote para a transformação de cargos será enviado junto com o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024, que deve ser enviado ao Legislativo até 31 de agosto. Dweck justificou que o governo decidiu antecipar a transformação de alguns posições por meio desta medida provisória devido à urgência de algumas necessidades identificadas pelo Executivo.
Cargos Comissionados
A medida provisória também vai transformar outros 2.869 cargos efetivos vagos em 2.243 cargos de comissão ou cargos de confiança, “para recompor a estrutura administrativa do Estado”, afirma a pasta. A ministra Esther Dweck avalia que houve uma grande redução no número de cargos comissionados na Esplanada dos Ministérios nos últimos anos, o que, segundo a ministra, está dificultando a estruturação dos órgãos. Em 2010, os ministérios dispunham de aproximadamente 34.000 cargos, chegando a 2023 com 26.000 cargos civis comissionados gratuitamente em toda a Esplanada.
“Existem áreas extremamente frágeis (pela falta de comissários). A Secretaria de Governo Digital tem um porte que hoje não comporta suas atribuições. Temos uma necessidade urgente de recompor as estruturas”, explicou o ministro, que mencionou a necessidade de cargos para o Brasil presidir o G20, fazer a recuperação fiscal de Minas Gerais, que entrou no Regime de Recuperação Fiscal, e criar as Loterias secretariado do Ministério das Finanças. Dweck também citou a necessidade de vagas para o Cadastro Ambiental Rural e para a Agência Nacional de Mineração (ANM).
Outros pontos MP
A medida provisória, além de transformar esses cargos, permitirá o pagamento de reajuste de 9% das forças de segurança do Distrito Federal, criará o Programa de Combate à Fila Previdenciária (PEFPS) e também estenderá o prazo de suspensão temporária contratos da apólice indigenista de 2 a 5 anos. A medida provisória também prevê cotas para indígenas de 10% a 30% em concursos públicos realizados pela Funai, com possibilidade de jornadas de trabalho prolongadas.