Mercado eleva projeção de crescimento econômico para 2,14% em 2023

Mercado eleva projeção de crescimento econômico para 2,14% em 2023
Mercado eleva projeção de crescimento econômico para 2,14% em 2023

A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira neste ano subiu pela sexta vez consecutiva, de 1,84% para 2,14%. A estimativa consta do boletim Focus de hoje (19), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com projeções para os principais indicadores econômicos.
Para o próximo ano, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) é de crescimento de 1,2%. Em 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta crescimento do PIB de 1,7% e 1,99%, respectivamente.

Já a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerada a inflação oficial do país – também é de queda e passou de 5,42% para 5,12% neste ano. Para 2024, a estimativa de inflação era de 4%. Para 2025 e 2026, as projeções são de 3,8% para os dois anos.

A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo Banco Central. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o limite superior de 4,75%. Segundo o BC, no último Relatório Trimestral de Inflaçãoa chance da inflação oficial ultrapassar o teto da meta em 2023 é de 83%.

A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta esperada, fixada em 3%, mas ainda dentro da faixa de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em maio, influenciado pelos reajustes no setor de saúde e cuidados pessoais, o IPCA foi de 0,23%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é inferior à taxa de abril: 0,61%. O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 3,94%, seguindo a trajetória de queda observada desde junho de 2022, quando o índice ficou em 11,89%.

Taxa de juro

Para atingir a meta de inflação, o Banco Central utiliza como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, fixada em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse patamar desde agosto de 2022, e é a maior desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2023 em 12,25% ao ano. Até o final de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 9,5% ao ano. Para o final de 2025 e 2026, a projeção é de Selic em 9% ao ano e 8,75% ao ano, respectivamente.

Preços

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso afeta os preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivos à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica. Por fim, a previsão do mercado financeiro para o dólar é de R$ 5 até o final deste ano. Até o final de 2024, a previsão é de que a moeda norte-americana permaneça em R$ 5,10.

Foto de © José Cruz/Agência Brasil
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