Mercado reduz projeção de inflação de 5,69% para 5,42% neste ano
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerada a inflação oficial do país – caiu de 5,69% para 5,42% neste ano. A estimativa consta do Boletim Focus desta segunda-feira (12), pesquisa divulgada semanalmente em Brasília pelo Banco Central (BC) com as expectativas das instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2024, a projeção de inflação era de 4,04%. Para 2025 e 2026, as projeções são de 3,9% e 3,88%, respectivamente.
A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo Banco Central. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o limite superior de 4,75%. Segundo o BC, no último Relatório de Inflação a chance de a inflação oficial ultrapassar o teto da meta em 2023 é de 83%.
A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta esperada, fixada em 3%, mas ainda dentro da faixa de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em maio, influenciado pelos reajustes no setor de saúde e cuidados pessoais, o IPCA ficou em 0,23%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é inferior à taxa de abril: 0,61%.
O IPCA acumulado em 12 meses ficou em 3,94%, seguindo a trajetória de queda observada desde junho de 2022, quando o índice ficou em 11,89%.
juros básicos
Para atingir a meta de inflação, o Banco Central utiliza como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, fixada em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse patamar desde agosto do ano passado e é a maior desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic termine em 12,5% ao ano. Até o final de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 10% ao ano. Para o final de 2025 e 2026, a projeção é de Selic em 9% ao ano e 8,75% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom eleva a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso afeta os preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivos à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e taxa de câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano passou de 1,68% para 1,84%.
Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 1,27%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta crescimento do PIB de 1,8% e 1,95%, respectivamente.
A previsão para a cotação do dólar é de R$ 5,10 para o final deste ano. Até o final de 2024, a previsão é de que a moeda norte-americana permaneça em R$ 5,17.