Ministra condiciona o custeio das despesas à aprovação de norma fiscal

Ministra condiciona o custeio das despesas à aprovação de norma fiscal

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, explicou, nesta segunda-feira (17), os números do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2024, encaminhado na última sexta-feira (14) ao Congresso Nacional. Em entrevista coletiva, Simone Tebet disse que o texto respeita a regra do teto de gastos, em vigor desde 2017, “porque é o único existente no ordenamento jurídico” e que “a LDO respeita a regra atual e traz realismo e transparência orçamentária ”.
O texto PLDO de 2024 indica o excesso de gastos de R$ 172 bilhões, em relação ao teto atual. Segundo o ministro, o valor extra no orçamento só poderá ser financiado se o novo quadro fiscal for aprovado.

“Estamos a condicionar as despesas à aprovação do quadro fiscal. Se não for aprovado, não poderemos arcar com as despesas. Se for, já estarão cobertos”. Ela reforçou que a nova regra do teto precisa ser aprovada para garantir o financiamento e a execução dos programas sociais do governo federal. “Todos os programas sociais ficariam comprometidos, no que avançou do ano passado para cá”, explicou.

O ministro listou as ações federais que podem ser afetadas. “Se não aprovarmos o arcabouço fiscal, não teremos recursos para Minha Casa Minha Vida, manutenção da malha rodoviária federal, desenvolvimento da educação básica, bolsas da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), operação e manutenção dos institutos federais de ensino superior, atenção especializada à saúde, programa Farmácia Popular, SUAS (Sistema Único de Assistência Social), que é a área de assistência social, planejamento urbano, hospitais próprios e o programa Mais Médicos”.

casa civil

Segundo o ministro, o texto da nova regra fiscal foi encaminhado hoje à Casa Civil da Presidência da República, para posterior aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e posteriormente ao Congresso Nacional, para análise.

Simone Tebet chamou mais uma vez o novo quadro fiscal de “bala de bronze” e a reforma tributária de “bala de prata” para o Brasil voltar a crescer. Para tanto, ela defendeu o entendimento junto ao Legislativo Federal. “O Congresso terá a sensibilidade de avaliar o novo marco fiscal e verá que essa será a saída para que possamos cumprir aquilo com o qual todos nos comprometemos: a responsabilidade social, sem descuidar da questão fiscal.”

Ela lembrou que o próprio presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a votação do novo marco fiscal deve ser aprovada pelo Congresso sem dificuldades.

superávit primário

De acordo com o projeto LDO 2024, a projeção é de superávit primário neutro em 2024, para o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central). A primeira meta de resultado primário positivo será para 2025, com aumento de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), o que equivale a R$ 61,6 bilhões. E em 2026, 1,0% do PIB (R$ 130,8 bilhões).

As projeções em torno da meta podem oscilar em 0,25% do PIB, conforme explica o secretário de Orçamento da União, Paulo Bijos. “No nosso entendimento, essa inovação é possível de ser implementada à luz das regras vigentes, independentemente da aprovação do novo marco. E o grande norte é o quadro atual, o teto de gastos aprovado em 2016.”

Foto de © Antonio Cruz/Agência Brasil
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