Nova regra fiscal será essencial para juros começarem a cair, diz economista
“Se a proposta de uma novíssima regra fiscal for suficientemente constante no que diz respeito à sustentabilidade da dívida do governo federal, se é possível, viável, crível, sinto que, com isso, o Financiamento Central pode ter um bom argumento para repensar a orientação da taxa de cobertura de juros. Com o novo quadro fiscal dentro das situações que identifiquei, torna-se recomendável que o Copom comece a avaliar em breve até que ponto a taxa Selic é descoberta”, afirmou o economista.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prometeu que o governo federal apresentará uma nova regra fiscal ainda em março. A proposta vai mudar o teto de gastos, que restringia o avanço dos gastos das autoridades à inflação. A regra foi extinta em meio à aprovação da PEC da Transição, que permitia ao governo Lula ultrapassar o teto em R$ 145 bilhões para cobrir as contas, principalmente com o Bolsa Família.
Especialistas e comerciantes estão atentos à proposta do governo federal, pois a regra fiscal significa qual será o estágio de dedicação do governo com o ajuste das contas públicas, especificamente a gestão da dívida. O Congresso Nacional estabeleceu o prazo de agosto para o governo federal apresentar o novo regime fiscal.
O senador Esperidião Amin (PP-SC) concorda que a definição de qual caminho seguirá a cobertura financeira do governo federal provavelmente será necessária para revisar ou não a taxa de juros para baixo. “Só teremos uma evolução nisso com o novo regime fiscal, que será a pedra angular deste governo. E não usando uma estrutura fiscal viável e confiável, provavelmente estaremos em um labirinto. Precisa haver um norte de estabilidade”, avalia.
Cobranças
A extensão das taxas primárias de juros dentro do sistema econômico, prerrogativas do Banco Central, tem gerado críticas do governo federal. Por causa da assembléia last do Comitê de Cobertura Financeira (Copom), o presidente Lula e membros da equipe financeira têm argumentado que os juros estão excessivos e podem cair. O Bacen, por sua vez, adota alerta antes de revisar a taxa Selic.
Para Mauro Rochlin, os juros no Brasil são desproporcionais à inflação. “Atualmente temos, na verdade, uma taxa actual de juros realmente excessiva. Temos a inflação esperada daqui para os próximos 12 meses abaixo de 6%. Basta dar uma olhada no relatório Focus e, no entanto, o Banco Central está mantendo uma taxa de juros actual muito alta”, diz.
A taxa de juros é de 13,75%, enquanto a inflação acumulada nos últimos 12 meses foi de 5,77%. Por causa disso, as taxas de juros reais, ou seja, a diferença entre os dois indicadores, estão fechadas para 6%, o melhor nível em uma avaliação de 40 países, de acordo com uma pesquisa do Administração de Ativos Infinity.
O diálogo da taxa de juros, no entanto, será feito pelo governo federal sem ameaçar a autonomia do Banco Central, aponta o economista. “Já foi possível perceber o quão necessária é essa autonomia, porque durante o período eleitoral do ano passado o Banco Central, exatamente porque é autônomo, foi protegido do estresse do Governo Federal. sobre uma possível avaliação da autonomia do Banco Central são consideravelmente enganosos na minha opinião.”
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Com informações de Brasil 61